Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2018

Fios- Renê Paulauskas

A gente testa, testa tudo. Se funcionar ligamos um fio, que pode ser descoctado em um outro momento. Mas estamos bem, com algumas ligações que fazem sentido, sempre a procura de novos fios. Somos máquinas, não somo animais.

Joaninha- Renê Paulauskas

Pérolas aos porcos foi ter dado o céu, as estrelas àquela cega. Ter sido jovial, aventureiro pra quem envelheceu antes da hora. Ter roubado um riso seu que depois voltou ao amargor como era trivial. E seu amargo passou pra mim sem que eu nem percebesse o motivo, achando que o erro fosse meu. Óh joaninha desperta, prepara as malas para poder viajar! Que você tem nas costas brancas a leveza que preciso. Que brotem flores novas por onde eu passar. E que não eu não tenha receio em dar mais uma vez tudo que é bom. Que se não enchergarem darei e serei eu o beneficiado.

Insignificante Deus-- Renê Paulauskas

Que tipo de Deus tão pequeno sou eu? Que nem consigo definir meu próprio destino. Que tenho uma vida irrisória e limitada. Que me realizo mais dormindo do que acordado. Que tipo de Deus tão pequeno sou eu?
Sonhar é sempre o melhor que podemos fazer como seres humanos. Realizar já não depende de somente nós. Mas estar conectados com nossos sonhos já é o primeiro passo.
Cada um querendo se beneficiar do outro. Animais egoistas somos nós. Tudo pra mim, migalhas pro outro. E ainda nos perguntamos por que o mundo ê assim.5

Fogo- Renê Paulauskas

É o riso, é o pranto. A raiva, a brisa. O amor, o ódio. Tudo no mesmo, compacto. Vermelho no azul, preto no branco. E guando olho o céu, estrelas que não existem mais. Se pudesse ser frio, mas sou fogo!

Desleixo- Renê Paulauskas

Àquela professora que deu zero à minha prova por achar que só poderia ter colado para ter ido tão bem. À minha amiga que insistiu tanto para ir na minha casa, e quando viu minha casa simples, quis ir embora sem nem ao menos sair do carro. À minha paixão juvenil, que depois de anos consegui seu telefone e desligou na minha cara dizendo que eu mandasse um e-mail. Aos meus amigos quando viajamos para Bahia, e me expulsaram de casa por ter que trabalhar enquanto gastavam o tempo se divertindo. À amiga que encomendou uma exposição de meus cartuns, e quando fui buscar disse que pegou cupim e teve que jogar no lixo. Aos amigos mais velhos quando era criança, por me vendarem e terem exposto partes intimas gerando um trauma. Respondi, surrando meu pai que surrou eu e minha mãe por tanto tempo. Expulsando a mãe da minha filha de casa depois de falar de seu caso com outro homem. Por brigar com uma namorada por ela me enganar não dizendo que era casada. Meu Deus, lhe peço, basta de emoções forte