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Mostrando postagens de abril, 2019

Des- Renê Paulauskas

Essa paisagem não sou eu! Desejos, engulo! Fantasias, desligo! Morto, vivo!

Cegos- Renê Paulauskas

Tanto tempo tentando sair com aquela garota. Tanto tempo investido, disperdiçado, pra agora que estou mais perto, perceber que ela tem tão pouco a ver comigo. Por que ficamos cegos? Por tanto tempo. Só para depois percebermos, que somos sozinhos o tempo todo, acompanhados ou não.

Buda- Renê Paulauskas

O Budismo é uma doutrina para alcansar a iluminação. Mas muitos se perdem, invez de se iluminarem, servindo ao Buda como um santo. Todo meu respeito ao Buda e a todos os santos. Mas se tivessem vivos aqui na terra, acredito que falariam, se concentra em ti mesmo e pare de me bajular.

Bichinho- Renê Paulauskas

Eta bichinho tinhoso que come a gente por dentro. Antes do tempo, fazendo algazarra. Querendo viver, querendo vibrar. Dai de comer! Dai de comer! Pra depois saciado, deixai a gente esquecer. Deixai a gente morrer. Até o bichinho acordar.

Labirinto- Renê Paulauskas

O sistema é falho. Ou, esmagadoramente nos engole. Antes que pensemos, ele já nos engloba. Num labirinto de portas, que só de cima fazem sentido. É assustador. Não temos muito o que fazer, senão, não fazer com os outros o que não gostaríamos que fizessem com a gente. Tudo vai, tudo volta. Éssa é a lei.

Desconecção- Renê Paulauskas

Sinto correr o risco de me transformar de vítima a algoz numa amizade que perdeu a validade. É como uma droga que quanto mais usamos, menos nos sacia sem perdermos o vício. Assim, dou a mão para o vazio, tentando chegar ao nada. Sabendo do fim, sem esperar mais nada. Apenas o fluxo até a desconecção permanente.

Sistema- Renê Paulauskas

Todos os gênios do mundo, todos os santos, não chegaram nem perto do que é essa coisa chamada vida, mundo, realidade. Nem tudo é falso, mas as coisas não funcionam como parece. Pensamentos geram realidade, essa realidade densa, material. Perceber isso me perturba. Meus remédios me deixam mais equilibrado, mas não me tiram totalmente as percepções da realidade à minha volta. E assim, por um minuto, tudo parece falso. Tudo parece depender de mim. Mas não é. Esse sistema, formado por eles, ou por nós, tem um objetivo além da minha vontade, pensamentos, ideias. Mas tenho muito poucos recursos para perceber o real funcionamente desse sistema.

Paisagem- Renê Paulauskas

Se eu pudesse separar meus olhos do que vejo. Uma paisagem fria. Não existiriam mais dúvidas. Não existiria mais vida.

Seu Zé- Renê Paulauskas

Um Zé ninguém. Mostrando que esse mundo não convem. Fora do mundo tudo tem. Tem tudo e nada porém. Tem sonhos de sobra. Tem a vida toda. Tem o mundo afora.

Trânsito- Renê Paulauskas (1997)

O trânsito está parado, porque as pessoas que correm atrás de seus sonhos vieram parar no lugar errado.

Ressaca- Renê Paulauskas

Dessa vez viajei tão longe, vi sois onde só cabia escuridão. Ressaca de ficar algumas horas fora do ar, de não ter os pés no chão, voar. Hoje fico quietinho, cuidando das dores causadas pelo espírito alegre demais. Cansado.

Voar- Renê Paulauskas

Eu sonho as galáxias. Meu peito tem ligações clandestinas. É preciso morrer. Mas antes, tentar. Voar! Deixar as sinapses eufóricas. Assustar as multidões. Querer ser deus! Querer voar. Sacudir a poeira. Improvisar. Fazer música. Que se nada der certo. Pelo menos compomos bastante.