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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

Loucos, anjos e demônios- Renê Paulauskas

Do alto do meu apartamento me protejo dos animais das ruas. Sim, também sou um animal. Demônios, anjos, somos todos animais. Loucos são aqueles que alcançaram os deuses e ficaram cegos. Deixaram a vida pra alcançar o céu, e ficaram perdidos entre os dois numa eterna procura de sentido. Me impressionam os artistas hábeis, cheios de técnica e entusiasmo. Já eu, sou mais a vida. Suas minucias, miniaturas, minutos. Quisera viver a vida como os artistas vivem a arte, morreria em poucos dias, taquecardia. Assim, não tenho pressa. Saio. Ao cair da noite, fico atento. A tantos loucos no mundo, como anjos e demônios.

Longe das pesquisas de mercado- Renê Paulauskas

Vejo o modo de produção capitalista traçando metas encima de calculos por meio de pesquisas de mercado. Tudo para o fim primeiro e último, seu único fim, dar lucro. Do outro lado vejo a massa ignara consumindo sem nenhum critério. Sendo levada como bois para um lado e pro outro. Tudo atendendo as necessidades primárias. O nível básico para alcançar o maior público. Penso nesse modo de produção e algo me diz que existe ferrugem nas engrenagens desse sistema. Que parte da humanidade sempre será manipulada pelas super estruturas e meios de produção. Mas existe uma parcela mais consciente, tanto para viver, como para consumir. E é, em algum lugar desse pequeno mercado consciente, que pretendo estar. Ganhando o suficiente para um consumo inteligente, básico. Produzindo minha arte com liberdade. Bem longe das pesquisas de mercado.

Artistas marginais- Renê Paulauskas

Já não olham os meus desenhos. Não tenho mais leitores para meus textos. Nunca tive ouvintes para minhas canções. Se antes era um desenhista marginal, começo a duvidar que ainda seja um artista. Existem artistas sem público? Que tipo seriam? Presos em sua carne, isolados. Ausentes de opinar sobre seu tempo, ou fazendo de modo invisível. Esperando um dia serem descobertos. Sim, são assim muitos artistas. Mendigos viciados em próprio ego. Encharcados de verdades e certezas. Querendo se impor ao mundo. Frageis, solitários, incompreendidos. Fazem o que sabem melhor, falar de si. Desenham, escrevem, fazem canções. Não como um lazer, um hobby. Fazem como um vício. Incorrigiveis artistas marginais. Morrem pobres, as vezes mendigos. São, na maioria, incapazes de se adaptarem a outros trabalhos. Se sujeitam a tudo, desde que não retirem suas certezas, dúvidas, e inquietações. São pensadores presos a um outro mundo.

Kafkaniano-Renê Paulauskas

Eu que não me engendro nesse mundo kafkaniano cheio de instituições. Preferiria um mundo anarquista, feito de pessoas conscientes para um mundo melhor. Em vez disso, retalhos de gente. Fragmentadas por regras. Que nem elas entendem ou sabem de onde vem. Quebra-cabeça irregular, cheio de falhas e peças. Mundo kafkiniano onde seguem-se ordens sem questionar.

Vida- Renê Paulauskas

Muito se imagina sobre nossa função nesse planeta. Visões religiosas, científicas, morais, matemáticas tem cada uma seu limite, nunca chegando a um concenso. Não se sabe de onde a vida veio para esse planeta. Cientistas concordam que não é própria desse planeta, que teria vido de outras estrelas. Mas como, ainda nāo chegaram num concenso, sendo que, se trazida por meteoros seria a base para criação da vida prejudicada. Teria que ter sido trazida em segurança. E isso, só se fosse por vida inteligente. A vida criada nesse planeta tem características muito próprias. A lei da sobrevivencia a todo custo parece ser o motor em todas as espécies. Quando chegamos a qualquer ecosistema, achamos uma espécie matando a outra para sobreviver, desde o menor até o maior predador. Somos o maior predador do planeta, e temos uma característica que nos diferencia. Criamos máquinas para nos auxiliar no duro trabalho da sobrevivência. Seria a vida na terra trazida com o mesmo propósito? Ou sobreviver a