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Mostrando postagens de abril, 2015

O homem por trás do mito- Renê

E Jesus, depois de traído pelos seus amigos, os discípulos, já não podia acreditar naquilo que divulgava como sendo a solução para todos os problemas, não acreditava mais no amor. Assim deixou-se crucificar como espécie de fuga para seu estado abalado onde se quer acreditava em Deus, desabafando antes da morte: “Deus, por que me abandonaste?”.  

Lama ao fundo- Caio Sales

Lama ao fundo Saio à rua De paralelepípedos O céu cinza Vocifera sua chuva Minhas imagens mentais Diluem-se E agrupam-se Nas poças formadas nas imperfeições do caminho Paro e olho Para trás Ideias e pensamentos passados Agora somente borrões com lama ao fundo A água, antes divina e pura Por Deus aspergida Está agora maculada e imunda Pois toca este maldito adicto. Mas... eu... Eu consigo ver Na poça d’agua Minh’alma presa a esperar pelo sol.

Impermanência- Caio Sales

Impermanência É na impermanência De mim, Que me descubro Nú. Indefeso Contra o mundo Que me quer escravo De suas vontades esdruxulas Há um vazio Separando-me O cerne da existência célere De deus eterno e infindo Resta-me apenas singrar Neste mar revolto De mansos lobos Travestidos em pele de ferozes cordeiros.

Hospício- Caio Sales

Hospício Minhas mãos tremem dentro do hospital. Em seu pátio o sol fere os meus defeitos de caráter. Eu vejo no recôndito mais escuro do meu ser O nefasto monstro, que desde nascituro me habita, o mal! As paredes de toda clínica do lado interno São de um amarelo pálido doentio dão a impressão de que vão esfarelar Universos de insana sordidez que quero desatrelar Da minha angustiada e melancólica vida antes de sair do inferno São delírios assim como as garras Que me impedem de continuar na escravidão Do vício horrendo, estou contido, me ferem os punhos essas amarras E isso me faz sentir a podridão Atormentado pelos desencarnados Luto no hospício pela liberdade Esse senso comum que antes me deixava enojado Tamanha sua crueldade

Livre!- Renê

Estou livre! Livre para conhecer o mundo. Todos os amores foram ressecados, todos os rumores desacreditados. Os rumos estão onde ninguém está. Faço a ponte entre o amor ao desconhecido, acreditando ser mais feliz desta vez. Quem sabe o novo contemple o velho, mas não sinto falta de nada deste chão.

Gravidade e luz- Renê

Se a Matrix existe ou não isso já não sei. O fato é que este universo é configurado sobre a seguinte equação: Gravidade/Luz. No sentido que nada pode ser maior ou igual a velocidade da Luz( 300.000 Km/s) e que a própria luz pode ser capturada pela gravidade, como por exemplo a dos buracos negros.  

Fim do capitalismo- Renê

Chegamos ao fim do capitalismo. A crise causada por especulação financeira demonstrou com todas as letras que não se pode ter uma economia baseada em números. Este descolamento da realidade, objetivando sempre cada vez mais lucro causa situações irreais, como quedas em bolsas de valores e faturamento indevido de capitais. A ecologia nos mostrou que nosso planeta e seus recursos limitados não se adequam a ideia ilimitada de lucro do capital. É preciso retirar o poder dos donos do capital com uma nova conscientização através da educação. É preciso antes de tudo, vomitarmos todas as técnicas de marketing, toda ilusão de Hollywood, toda auto ajuda corporativista( fascista ). Precisamos urgente fazer a revolução! 

Fiquei fora do eixo- Renê

Tive uma semana horrível. Fui fazer um curso de produção artística contemporânea no Sesc com o Baixo Ribeiro, do Instituto Choque Cultural. Logo na primeira aula o professor disse que existiam dois tipos de arte, a erudita e a popular. Disse sem ser ofensivo ou antipático que segundo a Escola de Frankfurt, que se baseava no estudo da indústria cultural de massa, como Hollywood, a arte popular e erudita podiam se igualar. O professor ficou tão inseguro que tremia e começou a gaguejar, fazendo-me ficar com pena e olhar para ele tentando o fazer relaxar e voltar à aula. Na segunda aula, Baixo se desculpou pela aula anterior e junto à coordenação do Sesc mudaram a aula seguinte para um evento comemorativo na galeria Choque Cultural localizada na rua Capitão Salomão, 26 próximo do Vale do Anhangabaú no centro velho de São Paulo. Chegando à festa, um prédio de cinco andares, ficamos sabendo que lá era um espaço alugado por vários coletivos, inclusive um dos andares pela Mídia Ninja. Míd

O processo neural do desencadeamento da loucura- Renê

O processo do desencadeamento da loucura, ou simplesmente o processo de livre associação de ideias, pode ser entendido como um aumento de ligações sinápticas atingindo ligações sinápticas em outras áreas do cérebro. Deste modo uma ideia comum pode se tornar delirante ou paranoica após o aumento de substâncias que o próprio cérebro produz como a dopamina. Essa livre associação de ideias também se dá em pessoas sadias e pode ser compreendida como o mecanismo básico de associação de ideias e funcionamento neural.

Assalto à mão armada- Renê

Foi naquele assalto à mão armada que conheci meu último amor. Trazia na mão incisiva um estilete me obrigando a dar pra ele tudo que eu tinha. Fui cruel e roubei-lhe a vida. Mas antes da despedida, feridos ele e eu, o vi perder aos poucos a consciência, buscando em retalhos de jornal todo dinheiro que precisava. E depois, já no hospital, cantei com ele tudo o que ele queria, como uma dama a cantar o amor até partir. 

Vídeo-animação( Cidades )- Renê

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Vídeo-animação que gosto muito e ainda com poucas visualisações https://www.youtube.com/watch?v=Ya93u3oJUf0

Clip: Carros de Polícia- Renê e Renato Guilherme

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Enquanto a situação não mudar por aqui a gente vai postando https://www.youtube.com/watch?v=lLR_fvo14Ho

Na física quando dois corpos trocam calor- Renê

Na física quando dois corpos trocam calor, sua consequência direta é o equilíbrio térmico entre eles. Da mesma maneira as relações entre seres tendem a se harmonizar entre trocas benéficas para os dois lados. Considerando que assim como na física a ordem natural das trocas é o equilíbrio, quando isso não se dá podemos definir como uma relação de exploração, onde um corpo se recusa a dividir suas riquezas numa relação de troca com outro. As relações são feitas por interesses dos mais diretos, como por recursos matérias, até desejos mais inconscientes, mas não ocorrem quando não é de interesse dos dois lados. Essas relações existem inclusive entre instâncias como Estado e sociedade, cultura e sociedade, permeando todas as categorias existentes na sociedade até as relações mais subjetivas e imperceptíveis a olho nu. Relações de desamparo ao trabalhador brasileiro como vem sendo feito após a reeleição da presidente Dilma, com a atual PL 4330/2004, como projeto de lei para regularizar

O velho- Renê Paulauskas

Eu corro atrás das amigas da minha irmã como um velho desesperado. As meninas que vi crescerem e eu de tão miserável estado encontro agora em seus corpos jovens uma tara sem sentido ou pudor. Pudesse beber um copo de água que refrescasse meu ânimo, caminhar de olhos abertos vislumbrando a praia, ainda no seio da vida achando que nunca acabaria o sol. Mas meus ossos já falam e a gravidade assenta meu corpo, fecho os olhos cansados e me tinjo de branco pra me esconder das multidões. O que resta no porto são ilusões. Mosaico de pequenos enganos polinizados por brilho de um olhar jovem. Agora a carcaça retumba, atrapalha o trânsito, suja a vista. Quem dera fossemos todos jovens pra sempre, e estar sempre caminhando para o infinito, com desejos e angustias de um mundo vivo, seríamos tolos para sempre e teríamos ânimo para viver.

Os deuses brincam- Renê Paulauskas

Os deuses brincam com meus sentimentos e eu brinco como os sentimentos dos humanos. Querem me matar agora que também sofro como vocês. Um deus caído, mas ainda possuo um olhar. Outro dia, dentro de um ônibus, quando estava pensativo, olhei num passageiro meu olhar. Não sei porque se por medo de me ver ou medo de me frustrar desviei o rosto. Pouco depois o vi no reflexo do vidro da janela o pobre homem de olhar vivo como de um desenho animado, que desceu do ônibus e relaxei. É triste o que fazem com a gente, manipulam tudo e nos resta pouco, talvez somente o projeto, alterado e carcomido, como um esboço sem sentido. E nos resta fôlego e nos falta ar, fazemos o mais cabível, deixamos as falas, os sonhos, os desejos que não se encaixam. E esta etapa é somente uma nova tecla a encontrar um novo patamar. Como uma escada rolante que desce e tentamos subir, nos esmagando os pés, as mãos, os olhos até definharmos tanto e sermos somente fantoches que de cima ditam regras, mortos como são