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Mostrando postagens de junho, 2014

Anzol - VINICIUS TETTI SILLA

Numa tentativa Me desenrolo do anzol Cai uma ficha Na expectativa Que se abra uma avenida Para eu assoviar uma melodia Para que amanheça o dia

O COMEÇO DA NOITE- RENÊ PAULAUSKAS

O começo da noite I A vida É uma pegada distante Algo não ouvido Não visto Inconsciente E quando tu ouves os degraus no instante O arrastar dos insetos É você que está vivo E despercebido Por todos os outros que fazem barulho II Tenho dito às folhas Que meu tempo não se passa aqui E elas dizem pelo vento Que não sou mesmo de cá Que queria voltar ao sumo Ao tempo que ai de ter sido planta Ou até ainda antes Quando um meteoro me trouxe aqui Ainda do lado oposto de tudo Doutro lado do mundo Antes de ter começo Antes de ser assim E volto a olhar a folha Só ela tem tempo pra mim III Num poema se criam mentiras Ficções criadas por uma lente verdadeira Que se traduzidas por si Si perde no vento ao esbarrar uma parede  Mas algo transforma o dito Não podendo saber de onde vem Transluz Ilumina Expande E engole Engole a alma a poesia E nesse enigma Nessa senzala Escreve o homem Sem ter domínio de nada

CRUZES- VINICIUS TETTI SILLA

Guiado pelo um alívio Sinto-me reconfortado Recorte de jornal Não descartado Deslumbrado pela via cego Caminho desviando cruzes Em teu gemido eu pereço Mas pra ele vai o meu amor Nu; porém coberto por um cristal Seja aqui ou no Nepal Eu salto em direção contrária Daquilo que me causa dor Suor é bem mais belo Se fomentado pelo prazer De te conhecer em qualquer rua Numa quitanda ímpar Que me desvela o afeto E nas correntes que prendem ao murmurar de mil poetas Sou um só; escravo da dor

LÂMINA- VINICIUS TETTI SILLA

Preciso aquietar minha mente E encontrar um esquema de vida Nadando contra corrente Mas sem ser diferente Da normalidade de toda gente Para que todos nos possamos viver em paz Sem estar a merce de um capataz No meio da madrugada ouço um sax gritante Como pisadas de elefante E tendo você como espelho Quase que me despenteio Se tivesse cabelo Não me resta fazer nada a não ser esperar Até a banda tocar Eu sei que esse poema é um clichê Mas minha barba cresce E não tenho lâmina que a apare

AROMA-VINICIUS TETTI SILLA

Quero o acaso De ter um prato Onde se sirvam uvas De um deus muito antigo Quase mitológico E na antítese do certo Só posso ser usurpado Das minhas ninfas que me inspiram E deitado na areia Vejo a sereia Que seduz pelo canto Isso quase me arremata Mas tenho uma adaga E quero ser certeiro Quando ela vier Pois não quero ser devorado Lanche degustado A seu bel prazer Por isso corro Para detrás de um monte Onde eu seja invisível E se meu aroma me denunciar Quero galopar pra longe Tão longe que a distância é tão grande Que é aqui mesmo

DOIS LADOS DA CAMA- RENÊ PAULAUSKAS

Dois lados da cama Tenho um lado bonito O outro feio De um lado da cama Durmo feliz o dia inteiro Só do outro lado Tenho pesadelo Sou um cara feliz Outro mal-humorado Um cara contente Desalmado Sou um cara sereno Outro quase enterrado Do lado esquerdo da cama Durmo contente e sereno Já de seu outro lado Só pesadelo Virando pra um lado E pro outro Vou fracionando minha noite Em sonhos alegres e motins Dias felizes ensolarados Ruas de sol e de jardim Trevas de covas sem fim

BICICLETA - VINICIUS TETTI SILLA

Mero acaso Outra vez o fato De me enrolar Mas na minha bicicleta Me equilibro vou em frente Pois tenho a semente do infinito Que guardo dentro do meu ser O infinito

JOGO: UNIDADES MATEMÁTICAS- RENÊ PAULAUSKAS

UNIDADES MATEMÁTICAS por Renê Paulauskas Uma unidade decimal totalizando 100 números, pode ser descrita por: Sua primeira dezena de números + as outras dezenas: 10+90=100 Assim também: 90=100-10 A primeira parte: 10= a primeira unidade matemática, no caso de base decimal. Esta unidade de base 10 pode ser dividida de 1 a 10, podendo ser definida desde 1/10 à 1/1 Se formos pensar a segunda parte desta unidade, que varia de dezena a centena poderíamos Defini-la de 100/10  à 100/1 Para encontrar separadamente a dezena e a centena é preciso fazer um cálculo onde possamos, primeiramente decompor a dezena (1/1, 2/1, 3/1... 10/1) assim, podemos achar: 1/1 x 10/1=10                                            2/1 x 10/2=10                                            3/1 x 10/3=10                                até:  10/1 x 10/10=10 E podemos ainda achar toda dezena separadamente Ex: 1/1 x 10/10=1                                  2/1 x 10/10=2        3/1 x 10/10=3 Até 10/1 x 10

A PEGADA FURTIVA- RENÊ PAULAUSKAS

A Pegada Furtiva Passo na cidade vazia Ninguém tem olhos Só bocas E tuas derivas São como esquinas Onde não se pode passar Me tranco no quarto Limpando meus dedos Já cheios de tinta De tanto caminho A quase travar os pés Mas é nessa deriva Onde sopram os ventos Que faço minha rima Com outros devaneios E sigo cantando Olhando de lado Estando próximo De outros lados Conversando alto Com folhas e vento Com as sobras do tempo Do meu pensamento

TALVEZ UM DIA- VINICIUS TETTI SILLA

A insônia me persegue Talvez porque tenha medo de ter sonhos ruins E acordar transtornado Traumas de noites passadas Que me assustam Tomo um café Me resignando com minha situação Mas preciso dormir O problema é que minha cabeça esta à mil Abobrinhas de um solitário Quem sabe no meio da noite eu cochile Ou veja o sol raiar No meu radar Só passam besteiras Mas tenho que levar na brincadeira Senão vou me consumir E não quero esse inverno Mesmo que eu esteja no inferno Vislumbro o paraíso E me acalmo A cada palavra que escrevo Exorcizo meus fantasmas Ando meio assombrado Num filme de suspense Tenho medo de pensar então vou ouvir um som pra  desinfetar essa praga que assola minha cabeça E talvez esqueça Um passado que me arrepia Tempos que desatinei Mas agora eu sei Estou calejado Não vou cometer os mesmos erros E talvez um dia eu durma tranquilo Sem esses grilos que me rodeiam

MÚSICA: EU NÃO SEI AMAR- RENÊ PAULAUSKAS

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https://www.youtube.com/watch?v=DT_pqJTmTYM&feature=youtu.be

DIDIER LAVIALLE XIV

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DIDIER LAVIALLE XIII

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DIDIER LAVIALLE XII

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DIDIER LAVIALLE XI

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DIDIER LAVIALLE X

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DIDIER LAVIALLE IX

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DIDIER LAVIALLE VIII

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DIDIER LAVIALLE VII

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DIDIER LAVIALLE VI

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DIDIER LAVIALLE V

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DIDIER LAVIALLE IV

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DIDIER LAVIALLE III

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DIDIER LAVIALLE II

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DIDIER LAVIALLE

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BONS SONHOS-VINICIUS TETTI SILLA

ando meio estranho deslocado do mundo mas preciso me endireitar organizar as idéias sentar e pensar no que vou fazer daqui pra diante quero ir distante talvez pra aracajú ou no pacaembu ando meio distraido sem rumo e sem norte só quero dormir a noite e ter bons sonhos e acordar tranquilo para mais um dia levar na leveza do ar

ME CONTENTO COM OLHARES- VINICIUS TETTI SILLA

metáfora do absurdo que navega sobre um céu de estanho e devora minha alma o sol está forte  e eu não tenho sombrinha faz tempo que não tenho um insight mas acho que isso faz parte de quem corre atrás da arte um violão me cairia bem para tocar uma melodia incandescente nessa corrente que desabrocha numa vila ou numa roça e a vontade de beijar é como uma coisa distante  por isso me contento com olhares e nos seus colares quero ser seus bùzios para o meu deleite  e minha sede curar cai a ficha em cada esquina que dobro desdobrando meus pensamentos que espero sejam levados pelo vento numa quintaessência de éter forjado pelo um estado em particular que em qualquer lugar anda distraído como queria um lampejo para animar meu cortejo de bandeiras pelas avenidas mas a tônica desta canção não tem mais parte dentro de mim e sigo enfim marcando passo para chegar

DESPERTA E VAI VIVER A VIDA- RENÊ PAULAUSKAS

Desperta e vai viver a vida Parei de falar pelos cotovelos Parei de sonhar Não o sonho da vida Que esse nunca acaba Acaba a vida Mas nunca o sonhar Mas aquele da tua cama Que fecha os olhos a noite e não para de pensar Fazendo do dia noite E às vezes da noite outro dia sem cessar Tua vida Teu regato Que levas a deriva Que traças num rasgo É tua ferida É tua saída Mas que de dia Está tão pálida Que te tapa a visão Tão breves foram seus amores Te acordaram antes da hora Tua preguiça ainda chora Longe de ti em outros convés Que tua sina Ainda branca Te faz nuvem no mar aberto Pois eis que surge Um dia lindo Forrado de joias como um elixir Tua vida cansa E canso eu Que desse mundo Nos braços teus São como um rumo Que ainda dói Ver que só se faz A droga do outro Que arde E faz vender Do explorador ao explorado Só existe uma camada de pó Mudando os papeis cansados De um homem que ainda só Faz tantos estragos Tantos dilemas Mas ainda reza P

ELEVADOR - VINICIUS TETTI SILLA

camaleão de roupa nova sobe a escada lentamente  uma garota astuta sugere: porque não pegar o elevador e ele aceita e vai todo contente pra algum lugar da via lactea mas como nessa galaxia conhece um planeta blue ele se teletransporta pra lá e chega num local onde cantam parabéns ele pergunta: meu não estou fazendo anos calma respondem fazia quatorze anos que vc estava numa tempestade e agora chegou a calmaria é só esperar o vento soprar pegar no timão e conduzir sua nau pelas águas ora turbulentas ora tranquilas desse oceano que tem como destino o infinito

OS CARICATURISTAS por RENÊ PAULAUSKAS

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A ALEGRIA DE POUCOS- RENÊ PAULAUSKAS

A alegria de poucos E se o sol pousa a pele do dia Quero ser outra alegria Do entardecer em pele roxa Nas sombras das melancias Tocar sua boca amarga Azeda Extrair o doce-laranjeira De tuas coxas grossas Desumanas Santas E roçar com tanta força Que as trepadeiras tranças Façam daquela dança Nosso soneto de amor E se descontente fores Acompanha as breves flores Que tão breve desaparecem E que a sorte lhes tece Com direito discreto De ser puro reservo De alegria de tantos Pela simples poesia Do seu calor Como planta crescida Depois de erguida Consumida E resumida