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Mostrando postagens de outubro, 2014

DESNORMATIZAÇÃO- Renê Paulauskas

Esquizofrênicos, Bipolares, pessoas que sejam taxadas como loucos, anormais, doentes mentais, como a designação oficial, são simplesmente pessoas que conseguiram sair do extrato de normalização deste mundo. De modos particulares temos uma visão de mundo desnormatizada onde o mundo oficializado pelas regras não se encaixa mais. Esse processo é doloroso, às vezes mais, às vezes menos, dependendo de cada caso, mas o fato é que esse processo na maioria dos casos não pode ser entendido como uma doença, já que não tem cura, se encaixa como uma identidade que se carrega pro resto da vida. A constante definição de nossas características pessoais como doença ou adjetivos negativos em forma de xingamentos como: Louco, alienado, faz com que vivamos em constante negação conosco de modo prejudicial. Não defendo aqui a extinção da psiquiatria, que com seus remédios ajudam para que tenhamos uma vida um pouco mais normal, mas a mudança de atitude da sociedade para aceitar nossa presença não como doen

Auto retrato- Renê Paulauskas

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Tropeços- Renê Paulauskas

Tropeços de dantes Como arremedos De transloucados ensejos A fúria do medo Quer passar

Novos projetos- Renê Paulauskas

Sobre as coisas de como a mente funciona como, por exemplo, o fato de não querermos às vezes o que temos e de quando o perdemos sentimos falta, talvez seja tão óbvio como o comportamento de qualquer animal. Porém, deixar de senti-lo deste modo exigiria um enorme esforço mental do tamanho de um trauma ou algo sobre humano. Deste modo, não sei se valeria a pena uma análise, sabendo da falta de benefício de uma questão dificilmente superada. Assim, deixo de tentar descobrir as origens das trapaças da mente humana, que nos distraem às vezes, como charadas sem resposta, ou questões para especialistas. Deixo de ter uma postura idealista das coisas e me entrego em sua matéria como sujeito entregue ao mundo como ele próprio, sem ideias pré-concebidas. Como mero experimentador me cobrindo mais de experiências do que de confabulações. Faço assim meu dia, saindo daqui um pouco a ter na rotina dos dias futuros, uma postura menos viciada e romântica para uma nova mais breve e científica. Onde o co

Eles e eu- Renê Paulauskas

Eles erram uma vez com você e você tolera, eles erram duas e você releva, eles erram três e você suporta, até que um dia você explode e eles nunca mais te perdoam, nunca mais te escutam, nunca mais te veem como uma pessoa normal. Sociedade hipócrita que não vê os próprios erros e condena tudo o que desagrada sem nem se dar o luxo de questionar. Sociedade de egoístas, injustos e ignorantes, tenho vergonha de estar dentro dela, de ter que conviver com esse bicho que parece tão dócil e é tão ruim. Mesmo eu sou assim, não com todos, mas com aqueles que me desagradam. Miséria humana, falta de compreensão nas massas, e me corrompo um pouco mais a cada dia até não poder mais me ver no espelho. Talvez eu me apegue às pessoas não por acha-las imprescindíveis, mas por deixar de viver a vida, a nova vida e me prenda a elas ou às suas memórias como se fossem fantasmas, bonecas de cera para não me deixar sentir-me sozinho. E volto a elas sem retorno, como um pica-pau a ficar batendo na árvore, uma

Um sonho acordado- Renê Paulauskas

Desde criança vivia num sonho, um sonho acordado, onde tudo parecia etéreo e esfumaçado como uma miragem que não convence o olhar, ou apenas o olhar e não a mente. Tive uma vida, uma realidade e um espírito neste mundo, um amor e uma filha, nada posso reclamar. Aos poucos, após a separação de tudo o que me filiava a este mundo, a antiga sensação de vida como miragem foi cobrindo meu olhar, e sem perceber, já estava desconectado, seguindo as vibrações por onde rondavam meus sentidos antenados como esponjas sedentas de informação. Hoje tomo remédios que controlam para não me desligar novamente. Sinto uma vontade de me desligar o tempo todo, mas não posso aceitar coisas como ser de novo amarrado em uma cama e passar trancado e obrigado a tomar os remédios que já aceitei de toma-los por precaução a tais atos contra mim em vária internações em pronto-socorro psiquiátrico. A todo instante coisas despertam meu interesse como coisas não factuais, mas que fazem sentido talvez num outro mun

Passados presentes- Renê Paulauskas

Nós éramos jovens, por isso existia mais poesia, mesmo que ainda não no papel. Esbarrávamos nela o tempo todo, vivíamos num sonho, um filme escrito por nós. Tudo era fácil, permitido, permitido? Ou será que foi o tempo que fez parecer assim? Ou será que tudo era trágico, como agora? Bem, não sei dizer ao certo, digo como lembro hoje, daquela cor ensolarada, dos caminhos e viagens inesperados, dos sonhos de olhos tão abertos, que se fossem sonhos, seriam frutos a molhar as boc as, braços a trançar os corpos, noites. E muito ar, ar como nunca houve em outro lugar, este mesmo ar que respiro só de lembrar. E eram olhos, olhares, desejos, que nos comiam vivos, calafrios, arrepios. E eram rotas, caminhos que levam ao mar, ao rio, ao luar. E era sem medo, desvario sem jeito, volúpia dos pelos, carinho e prazer, carícia e afeto, prazer mundo incerto, estar vivo e não ser, ser a respiração ofegante, o alvoroço nu e instante, o germe do prazer. E eram noites, tão claras sem estrelas, ou de luas

O Amor- Renê Paulauskas

O Amor Encontrei o segredo da vida Encontrei o amor Numa caixinha escondida Bem abaixo do meu nariz Mas era tão delicada E tão óbvia ao mesmo tempo Que a perdi no segundo momento Desse de que estou aqui Perdido No tempo No vácuo Eu um dia encontrei o segredo da vida Mas me esqueci Desde então estou a procura-la A caixinha azul da felicidade Mas acho que a perdi