Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2021

O delírio - Renê Paulauskas

 O delírio, visto como processo de desencadeamento de sons, imagens ou sentimentos, pode ser entendido como uma inteligência. Não no sentido mais fraco, de resolução de problemas, mas como inter relação de conteúdos gerando uma cadeia de sentidos que é o próprio delírio. Esse processo se dá de modo inconsciente, não sendo de fácil acesso seus motivos. A substância dopamina, responsável pelo prazer entre outras coisas, se produzida em excesso pode gerar esse tipo de delírio conhecido como surto psicótico. Esquizofrênicos e certos tipos de bipolares produsem dopamina em demasia. Mas ainda há muito o que descobrir sobre os processos do delírio. Deixar de estigmarizalo como loucura já seria um bom começo. 

Queima- Renê Paulauskas

 Queimei, queimei as cartas que me prendiam à ela. Foi queima tardia depois de dezoito anos separados. Queimei agora, pra voltar a viver, agora com quarenta e pouco. Mas mesmo assim me deixou mole, cansado, desanimado. Tanto tempo perdido. Agora enfim me desliguei. E na queima, voltou alguma coisa. Uma fagulha de cinza que entrou no meu peito. Agora é esperar. Decompor. Aí sim, quem sabe, estarei outro.

Arte digital- Renê Paulauskas

 Os NFTs atualizaram a arte. Como produção, registro e comercialização da arte digital. Enfim a materialidade do objeto se perdeu. Até o comércio desse modo de arte é feito em moedas digitais. Para registrar uma imagem ou vídeo precisa ter dinheiro, mas é muito mais democrático do que ter que passar por um aval de uma galeria. Tudo o que fora descartável por ser criado através  do computador agora passa a ser super valorizado como arte. Expressão do nosso tempo. Agora podemos dizer que em matéria de arte entramos no século XXI.