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Mostrando postagens de julho, 2015

O Filho da Chocadeira- Renê Paulauskas

O mundo, d’onde nascem formigas sem fim, carrega um filho solitário. Parece que as coisas não se importam com isso com suas buzinas, escavadeiras, edifícios e usinas. O menino parece ter nascido de uma chocadeira. Logo desaprendeu a andar, falar, ouvir, olhar, rir e pensar. As coisas saíram dentro dele e se alojaram num outro lugar. Foi assim que se viu num branco, um lugar vazio, até de ar. Lá parado o mundo ficava cada vez mais devagar. E quanto mais devagar mais aumentava sua pressa de sair dali. Até que viu uma sombra. Umas pontas em cima, um corpo cumprido, que balançava junto com ele. A sombra crescia quando se afastava como um gigante. Quando se aproximava ia encolhendo, parecendo um anão. Procurou outras formas, como seres curiosos que nunca tinha visto. Então ouviu barulhos: Um motor de um carro lá longe que desenhava as ruas de seu bairro, um amontoado de latidos do lado que pareciam uma estranha sinfonia desafinada, uma festa do outro lado com crianças que pareciam mais

Livro- Renê Paulauskas

Na biblioteca o livro está fechado na estante Ninguém sabe que horas alguém o abrirá De tempos longínquos, a porta do outro lado do mundo, como um vento em que o escritor teceu aquelas tramas E logo o livro se fecha Trancado em outra estante até de novo se aportar.

Verdades fora de casa- RENÊ PAULAUSKAS

Só procuro um lugar A fuga! Mesmo que branca como folhas mortas Procurando cores, cheiros, sons e enredos, Como verdades fora de casa Verdades do mundo Esse mundo que brota Decomposto à desilusão

Inatingível verdade- Renê Paulauskas

Inatingível verdade Nunca chegarei a vê-la Mostra seu calcanhar E foge de mim às pressas Aumentando meu desejo E quando estou bem perto Desmancha-se no ar Faz isso milhares de vezes Quando já estou bem cansado Volta a me cutucar Pra que eu a siga dias e noites E décadas de vida Só pra que um dia Ver quão me fere o dia E a noite preenche os cantos Pra que eu possa espreguiçar E rir com o lado da boca Que nunca vou deixar de procurar

Senhor do mundo- Renê Paulauskas

Eu sou o senhor do mundo E ao mesmo tempo o mais pobre dele Carrego uma força Que é minha tristeza Navego no labirinto Oposto a grande beleza Faço rimas com destroços E resisto como posso Eu sou Mas quem não é?

músicas de teclado- Renê Paulauskas

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Acreditar é uma coisa tão pesada- Renê Paulauskas

Acreditar que estou doente é uma coisa tão pesada. Tão mais fácil acreditar que o mundo está errado. Agora trabalho a hipótese de estar doente, para ver se reconheço de novo o mundo e possa ter uma vida mais uma vez. Ao mesmo tempo minha cabeça dizendo: Não! Não dê um ponto de graça ao sistema, ele quer corromper você! E fico nesse jogo de vai e vem entre meus surtos e minha vontade de voltar à vida. Pudesse entregar os pontos à vida, essa prisioneira dos meus olhos, mas acredito estar mais vivo dentro de mim, do que a conformação breve de que nada exista se não o mundo.

O Mundo- RENÊ PAULAUSKAS

O mundo Não me impõe nada Somente não afirma minhas bases sem seus atributos Escamoteado assim vou vivendo Impedido de mudar as coisas Sigo com o olhar de criança Esse: o mais revolucionário de todos Tentando em vão mudar as coisas Esquecendo de agradar os adultos

Devoradora de almas- Renê Paulauskas

A vida está fora Atrás do espelho Uma parede de vidro me separa do mundo lá fora Pudesse quebra-lo agora Mas não posso Não é tão simples como parece O mundo ligeiro Cheio de toques e de vícios Da combustível a máquina Essa devoradora de almas Que segue tranquila Pra que tenhamos um novo dia sem precisarmos pensar

A PALAVRA-VINICIUS TETTI SILLA

 A  palavra é dinâmica.?: Neste dinamismo queria me ater a questão da alusão:explícita e implícita! O ser humano cada vez mais se dá conta que com a palavra pode destruir reputações ou enaltecer.?: .Como a natureza de cada pessoa é diferente, ela pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal.?: Há a palavra assustadora, a doce, a torturadora, a motivacional, a manipuladora , a sentimental e muitas outras; E  o ser humano sabendo do poder da palavra, de acordo com seu preparo, ardil, conhecimento pode estar incutindo, dependendo do seu alcance: muitas falsas e meias verdades. Quando isso ocorre numa comunicação em massa ela se torna capaz de alterar conceitos e causar danos graves aos caráter das pessoas mais influenciáveis Tocando em outro pontos podemos imaginar dois interlocutores dialogando diante de uma platéia. Para se ater em apenas dois exemplos :a palavra pode  ser persuasiva ou manipuladora. Há algumas pessoas que fazem isso explícita ou implicitamente?: ....O

CONTATO- COLETIVO CALANGOS

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RUA HÚNGARA 355 LAPA SÃO PAULO SP- BRASIL CEP: 05055010 FONE: 5511-3864-1786

Nascer amarelo- Renê Paulauskas

Descobri o segredo da vida! O quê que eu faço com isso? Já que é uma engrenagem vã O sol vai se por O sol vai nascer E nada vai Nada vem A terra girou A terra gira tão bem E o que dizer do sagrado? Essa miragem que nos conforta Esse mito que nos dita humanos Humanos fabricados: Desumanos: Humanos E eu vejo a luz do dia Branca, amarela Mas o que me inspira É essa luz azul Azul de outras almas De outras galáxias De outro por de estrela De outro nascer poético Um poema intergaláctico

O que é o dinheiro?- Renê Paulauskas

O que é o dinheiro? O dinheiro em si mesmo não é nada, ele só vale a partir do momento em que se troca por alguma coisa. É uma moeda de troca. O que é uma moeda de troca? Uma moeda de troca é qualquer coisa que sirva para trocar por outra coisa. Antigamente, antes do dinheiro, as pessoas trocavam o que produziam pelo que precisavam. Exemplo: Um produtor de milho trocava milho por outra coisa produzida, como por sabão por exemplo. O nome disso é escambo. Com o tempo foi usado produtos de alto valor como o sal, açúcar, prata, ouro até chegar ao papel. O engraçado é que o papel em si não tem valor como já tiveram o sal, o açúcar e outras moedas de troca. O dinheiro então passou a ter um valor abstrato, que se não trocado perde seu valor. O que define o valor do dinheiro não é o dinheiro em si e sim o valor das coisas que podem ser trocadas por ele. Assim a economia de um lugar vai bem se os habitantes do lugar tem o que: comerem, vestir, se divertir, cuidar da sua saúde, educação

Sofia não queria nada daquilo- Renê Paulauskas

Sofia não queria nada daquilo. Adorava seu quarto com o pôster dos Rolling Stones, Seus discos: Vinis; o abajur decorado por ela. Às vezes uma reunião de amigos; o namorado Punk e um começo de vida feliz e sincera. De uma hora pra outra, aquela festa, sua vida havia virado de ponta cabeça. A faculdade com trabalhos atrasados, atrasado também o aluguel, o fim do seu namoro. Tudo aquilo foi um bom motivo para fugir de tudo através daquele psicotrópico e amanheceu louca no jardim. Não entendia nada e buscava tudo, se perdeu em tudo não achando nada. Foi indo junto aos colegas que amanheciam da festa se perder em algum lugar. À noite estava tão perdida que procurou a casa da mãe. Dormiu, voltou. De novo foi pra faculdade, ver os colegas, fumar, beber. Às vezes uma festa. Às vezes uma casa pra visitar, um ap. E tudo indo. Até que teve que se mudar pra um bairro mais afastado pra poder pagar as contas. Uma única amiga foi visita-la. Nem seu pai ou sua mãe após visitarem uma primeira vez

Da robótica e da inteligência artificial- Renê Paulauskas

Muito se ampliou os horizontes da robótica e da inteligência artificial. Hoje em dia já é possível criar robôs com inteligência própria em ambientes artificiais. Esses robôs para não causarem problemas teriam que ter uma percepção limitada sobre si e a sua volta controlados por um programa que teria as mesmas características que regem a sociedade e do controle social. Policiamento, moral, ética, todos os atributos que o fizessem não causar damos ou mal a outros como ele. Como experimento poderia se criar um ambiente artificial como um planeta de onde ele acreditasse ser impossível sair e distribuir como sua sociedade, um amontoado de outros robôs controlados e ligados em rede por humanos. Que sem que ele percebesse o controlariam dia e noite. De outra forma, pode-se imaginar que somos humanos, de inteligência e percepção limitadas e que a vida não pode ser percebida pelos nossos sentidos. Que existe uma malha que nos controla, que lê nossos pensamentos e vê através de nossos olhos t

Dependência- Renê Paulauskas

Uma certeza que temos, é que nos sentimos diferentes da maioria. De que os outros podem nos fazer mal. E que se fossemos independentes seria melhor. O fato é que somos dependentes uns dos outros. Inclusive para sermos independente financeiramente nos tornamos mais dependentes do mercado. Também não se acha alegria isolado. Queremos amor. Queremos tudo o que nós conseguimos produzir enquanto sociedade: tecnologia, conforto, entretenimento... Somos mais dependentes do que imaginamos, e sim, a sociedade pode nos fazer muito mal.

Percepção- Renê

A humanidade: Um amontoado de avatares Eu: Um robô

Palha- Renê Paulauskas

O gosto de palha na minha alma É de uma grama que perdeu o gosto Não importa quanto me distraiam É como na vida um amontoado de cabelos brancos A gata vem fazer carícias Os amigos me levam a passear Todos querem me distrair E na verdade me arrancar Sou um breve experimento Não há como me salvar Até a morte já tentei Até isso puderam me tirar Registro este breve pensamento Que sei, não será acudido Pelo simples fato regente Que se espera o impossível

Ilusões- Renê Paulauskas

Ilusões são tão confortáveis. A verdade é quase sempre esmagadoramente dura.