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FÊNIX-VINICIUS TETTI SILLA

Ele desesperadamente cachimbava; por entre os indigentes se metia-seres renegados pela sociedade que acumula. A paranoia subia-lhe a cabeça, e num estalo estava no céu, ilusão efêmera- pois num instante já estava na fissura de dar mais uma paulada. Quando avisavam "Lá vem a loira" era o código de que a polícia estava perto. Até que os policiais eram tolerantes, às vezes pegavam alguém com uma pedra e nada faziam; mas se fosse traficante... Muitos indigentes já tiveram família, entretanto de tanto aprontarem foram parar no meio da rua, outros já nasceram na barriga da miséria, quase...sem oportunidade. Tinha muita treta; eram desconfiados de tudo. Se mexeram nos seus pertences, se lhe roubaram uma rocha. Mas eram como anjos caídos à espera de uma mão que os levantasse. Ou que dessem a volta por cima... Tinha treze anos um rapaz chamado marco. Começou fumar crack aos 11 e já estava totalmente envolto na névoa dela. Vivia pedindo dinheiro para os passantes; até fazia uns fu...

LANTEJOULAS-VINCIUS TETTI SILLA

Na nascente da minha alma Brota uma colombina E eu estou extasiado Com esse perfume safado O meu eu lírico implora um amor Que seja sem terror Abajures iluminam um canto da minha mente E penso no canto dos meus ancestrais Fazendo versos de improviso Barquinhos navegam ao longe Indo pra depois do horizonte Lantejoulas brilham na sua festa Mesmo que seja besteira Eu quero ir à minha maneira Pois que seja assim Um eterno idílio Pra eu me exilar dentro de mim

CRUZES- VINICIUS TETTI SILLA

Guiado pelo um alívio Sinto-me reconfortado Recorte de jornal Não descartado Deslumbrado pela via cego Caminho desviando cruzes Em teu gemido eu pereço Mas pra ele vai o meu amor Nu; porém coberto por um cristal Seja aqui ou no Nepal Eu salto em direção contrária Daquilo que me causa dor Suor é bem mais belo Se fomentado pelo prazer De te conhecer em qualquer rua Numa quitanda ímpar Que me desvela o afeto E nas correntes que prendem ao murmurar de mil poetas Sou um só; escravo da dor

NA CONTRAMÃO-RENÊ PAULAUSKAS

Estou na contramão Passei o carnaval gripado Criei um espaço de ócio criativo que funciona em horário comercial Nunca me senti tão esquerda de tudo Mas ainda sou normal Louco mas normal. 05/03/2014