Gaivota, Voa distante, voa! Bem longe daqui. Que na cidade, as pombas se alimentam dos restos dos mortais. Dos transeuntes solitários, que figuram somente como imagens amontoadas, de vida, de sonho e de mar. Que seu céu é menos ambíguo e veloz, sem o delírio do sonho. Que passa a vida sem se perder no labirinto mental dos homens, que dilaceram-se pelados, aparentemente sem nada os machucar. Percorre o caminho mais rápido! Define seu ponto de fuga! Se alimenta dos mares mais limpos e distantes! Mas não deixo de pronunciar sua fraqueza. Que às vezes, se perder no caminho, é a grande beleza.