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JANGADA-VINICIUS TETTI SILLA

Palavras ecoam na minha mente E às vezes as fichas demoram pra cair Uma coisa me aflige E me dói na alma Quero me deitar na relva E beber o leite sagrado Para que eu possa florescer flores peculiares E oferecer frutos de sabor único Já estive no avião, no ônibus Mas agora estou numa jangada remando O rumo é incerto A não ser o destino que é conhecido... E o desconhecido Especulo Cogito Tenho até idéias de como seja Mas na verdade paira o mistério... No momento vivo a vida dos mortais Já tive a ilusão de ser um deus Mas seria muita pretensão isso ser uma certeza recorrente Me apoio na ciência pra que não fique cego Entretanto um alicerce de fé também é necessário Sigo caminhando Tão calmo como inquieto

MALDITO-VINICIUS TETTI SILLA

Abordando a semântica Faço palavras serpentearem O azul não me satisfaz Prefiro o salmão Refletindo sobre o acaso Me vem o Maldito destino Onde tem um roteiro definido Mas que não é idílio O  destino é uma ilusão Pois o presente o define E só dando um palpite Flor de azeviche Andando pelas ruas Encontro pessoas mil Uns emburrados Outros descontraídos Mas não é só isso Tem aquela pessoa que te espera n´algum lugar Para abrir seus horizontes E ir para belô

PÁSSARO PROIBIDO-VINICIUS TETTI SILLA

Reesquematizando o sistema O pássaro proibido vai poder  voar E o céu carregado desanuviar E tudo ficará mais claro Como fonte no abstrato Bárbaros serão anulados E os fantasmas não nos peturbarão Clowns desfilaram pelas alamedas Como raros cometas Que correm como carrapetas Excluindo as escopetas das trevas Pois a vida há de ser aventura breve numa efemeridade Em qualquer lugar da cidade Não há mais dúvida A praça vai ser sua

LANTEJOULAS-VINCIUS TETTI SILLA

Na nascente da minha alma Brota uma colombina E eu estou extasiado Com esse perfume safado O meu eu lírico implora um amor Que seja sem terror Abajures iluminam um canto da minha mente E penso no canto dos meus ancestrais Fazendo versos de improviso Barquinhos navegam ao longe Indo pra depois do horizonte Lantejoulas brilham na sua festa Mesmo que seja besteira Eu quero ir à minha maneira Pois que seja assim Um eterno idílio Pra eu me exilar dentro de mim

DETALHE- VINICIUS TETTI SILLA

Acordo mais um dia na penha. O silêncio é ensurdecedor; chego na padaria e o dono me dá bom dia-só isso me deixa contente. Tomo meu café com leite e um pão com manteiga na chapa. Peço um copo d´água e o dono diz que ele vai pegar: melhor não contrariar. Barriga cheia saio pra comprar cigarro e uma senhora me pede um cigarro, arrumo claro, ela pergunta se moro na favela, digo que não e ela me diz seca: eu moro como se quisesse demarcar território: respeito. Há muitas possibilidades pra esse dia, sinto muitas saudades dos amigos, então acho que hoje vou visitá-los. Jogar uma conversa fora, afinar-se com o mundo, correr atrás dos meus sonhos como isso que estou fazendo agora: escrevendo este texto simples, porém que reflete o que estou sentindo na alma. Hoje não tem jogo: graças a deus pois isso aliena; ainda mais com os gastos que tiveram pra arquitetar essa copa e tanta corrupção que saibo que existe. Um dia pensei: um detalhe e o mundo se transfigura. Espero que esse detalhe ocorr...

SAÍDA ESTRATÉGICA - VINICIUS TETTI SILLA

Num quarto de pensão Começo uma nova caminhada Meio confuso depois de uma saída estratégica Espero arrumar minha cabeça pra que amanheça nesse momento lutei com o que não podia encarar E agora tenho esperanças De abrir os meus caminhos Para que possa crescer E aparecer em qualquer lugar

AROMA-VINICIUS TETTI SILLA

Quero o acaso De ter um prato Onde se sirvam uvas De um deus muito antigo Quase mitológico E na antítese do certo Só posso ser usurpado Das minhas ninfas que me inspiram E deitado na areia Vejo a sereia Que seduz pelo canto Isso quase me arremata Mas tenho uma adaga E quero ser certeiro Quando ela vier Pois não quero ser devorado Lanche degustado A seu bel prazer Por isso corro Para detrás de um monte Onde eu seja invisível E se meu aroma me denunciar Quero galopar pra longe Tão longe que a distância é tão grande Que é aqui mesmo

GUERRA E PAZ - VINICIUS TETTI SILLA

Há alguma coisa que me anuvia Como uma máquina de pinball Quase dou tilt Mas vou pro meu cantinho E fico tentando esvaziar  a mente Mas algumas coisas arrebatam meus pensamentos Fico tentando me lembrar de uma cantora que interpreta certa música Porém não estou tão bem de associações Até pegar no sono, lembranças de momentos que poderiam ter mudado a rota da minha vida No entanto são impalpáveis pois estão numa coordenada do meu passado Alguns fantasmas parecem perder força Mas quando menos se espera eles ressurgem mais fortes Batidas e descargas se confundem com o palpitar do meu peito E já quase não sei o que é realidade Por mais que tenha afinidade Já quase esqueço minhas referências Não há com que se preocupar Pois estou na minha cama do apartamento onde moro Mas não posso esquecer Há guerra e paz

MEU QUARTO- Renê Paulauskas

No meu quarto Tem uma pipa caída do céu Pendurada como troféu Tem um violão e um bongo Que não sei tocar E quando toco Vem o vizinho reclamar No meu quarto Não tem lembranças Tem fotos da minha filha Tiradas noutro lugar Tem uma estante de livros lidos Não os meus preferidos No meu quarto Não tem minha cama Tem outra onde mal durmo Mas não a que gosto de sonhar.