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Mostrando postagens de fevereiro, 2023

Bilionários e o fim do mundo- Renê Paulauskas

 Assim como a ecologia, popularizada nos anos 70, hoje mobiliza políticas públicas, como a de crédito de carbono, se baseando no conceito de sistema fechado integrado e consequente fim do seu equilíbrio pelo capitalismo desenfreado, existe nesse panorama uma também co-dependência entre a espécie humana. Esse equilíbrio é quebrado pelo capitalismo financeiro, aumentando a rentabilidade de bilionários que preferem quebrar empresas onde trabalham milhões, transferindo seus capitais para ações mais rentáveis. A falta de responsabilização desses bilionários por seus empregados, gera um desequilíbrio social e ecológico enorme. Enquanto os mais ricos não tiverem nenhuma responsabilidade social, assim como, ecológica, estaremos sempre perto do fim do mundo.

Lutar- Renê Paulauskas

 Até quando teremos que lutar? Lutar contra o destino, contra as injustiças, para estar vivo. Até quando, filhos e netos, novas gerações. Enquanto dezenas controlam a vida de milhões, esses gananciosos psicopatas que herdaram o mundo. Esses que tem nas mãos, mais vidas do que linhagens, para eles sem valia, nossas vidas nas suas mãos. Esses que nem mais da mais valia dependem de nós. Só de copiosas quantias que não param de render. Que mundo esse abstrato. Que o valor não mais na produção, mas nas valorizações das ações. Que mundo esse onde Karl Marx talvez achasse uma saída, se fosse vivo nesta hera perdida. 

Série: Monkeys- Renê Paulauskas

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Garimpeiro (filosófico) - Renê Paulauskas

 Mira, eu sei. Mas mira errado. Olha o céu e as estrelas, mas não olha do lado. Tenta alcançar o improvável, com sede de conquistar, mas não vê onde está. Se miraste tua flecha no macaco mais próximo para somente te alimentar, estaria certo, como um índio. O mesmo que divide seu afeto com outros bichos. Mas quer engolir o céu! Teu desejo é maior que sua boca. E enfim tu te torna mais um em um bilhão, de escravos de suas bocas famintas cheias de solidão. Mas foi o ouro, me diz, tua primeira perdição? Ou já olhava torto nas matas sonhando com arranha-céus? Ou a sede do ''progresso'' que tem por origem uma evolução tão falaciosa como tantas do homem branco. Quando? Quando rompeste a tradição de viver em harmonia com seus ancestrais? Mas, não te julgo como homem, que se perde em fantasias e delírios, que sim, nos engolem por dentro, dentro de sonhos tão lindos como os comerciais mais belos de margarina. Mira, eu sei, mas não viste tua aldeia ser estuprada? Teus iguais, cont

Encontros e desencontros- Renê Paulauskas

 Me fecho no silêncio das palavras. O mar está forte hoje, levado pelas correntezas. Hoje conversei com uma pessoa que vi cantando à capela uma música de sua autoria na TV. Era um samba, que lembrava os grandes sambas da velha guarda, mandei uma mensagem à ela no Instagram, ela agradeceu. Hoje está assim, tudo mais acessível, e líquido. Dos últimos contatos que fiz, quase nenhum vingou, me limito aos contatos do whatsaap, que são poucos, mas necessários. De pessoas que de alguma forma fazem parte da minha vida. Mas como disse o poeta: A vida é a arte do encontro, embora hajam tantos desencontros.   

Delírio na passeata- Renê Paulauskas

 Ele estava andando na rua quando avistou uma multidão. Era uma passeata em favor da democracia. Foi chegando mais perto, avistou o Lula, que olhou no sentido dele e disse: ''Tudo isso que estamos fazendo é por você.''. O Homem sentiu um frio em suas pernas, os remédios controlados pareciam parar de funcionar. Pensava: "Seria eu o sentido de tudo, e ao mesmo tempo, tudo seria falso?" Caminhou contrário a multidão olhando pro chão. Vez ou outra sentia que estavam falando dele, nas referencias de filmes, alguns programas de TV. Tomava remédios fortíssimos para que essas impressões não o desvirtuasse da realidade. Mas por mais que estivesse bem ultimamente, aquela tarde deixou dúvidas mais uma vez. Chegou em casa, sua mãe tinha saído, a casa estava vazia. Teve medo de surtar. De ser amarrado mais uma vez na cama depois de tomar um "sossega leão" no Pronto Socorro Psiquiátrico e ter que tomar aqueles outros remédios que travavam sua fala e movimentos. Qu