Postagens

Mostrando postagens de agosto, 2020

Desaguar - Renê Paulauskas

 A vida carcomida pelas arestas precisa de descanso. Desaguar pra continuar. 

Morto- Renê Paulauskas

 Peso morto. Tábua esquecida no chão. Difícil levantar, difícil levitar. Lataria velha, descarte. 

Ressaca- Renê Paulauskas

 Derrepente da imagem se fez relevo, assim começam todas as fantasias. Da vizinha se fez amante, da amante, mãe dos filhos. Quando acordou estava só. Só cartas não enviadas, sem selos, sem remetente. Vivera como um fantasma. Ressaca de sonhos e ilusões. 

Escondido - Renê Paulauskas

 Me diz agora pra onde irei caminhar. Nessa ilha minúscula. Antes meus pés caminhavam livres, tinham a dimensão do mundo. Agora quase não saio de casa. Pudesse ver o mundo mais uma vez com outros pés. Pudesse eu ir até a esquina e voltar. Longe do mundo me escondo. Me encontro em análises do eu como esta.