O COMEÇO DO FIM- RENÊ PAULAUSKAS
A fina separação entre o que imaginamos e o fato em si, é a verdadeira questão. Saber se o que pensamos é a realidade, ou se condiz com ela. Mesmo não sabendo não deixamos de pensar. Imaginamos, fantasiamos, distorcemos, mas onde está a verificação das coisas? Na ciência, sem dúvida; e duvidamos disso também. Chegamos num corredor onde não há fim, cada passo é uma ideia, que se liga a outra, e é refutada, e se cria outra, e outra, até um fim sem começo, meio sem fim. E queremos saber a verdade, a “verdade”, como se algo assim pudesse existir no nosso cérebro. Um órgão que vive de impulsos, conexões, que existe por elas. O tal conhecimento é um condicionamento desses nervos que vivem por si. Depender deles para viver é tão ridículo como viver para outro órgão, como o estômago. Nunca deixamos de pensar, nosso órgão está sempre em plena atividade, mas não nos enganemos em achar que o que pensamos é de fato a coisa em si. É tão patético como querer diagnosticar a qualidade de uma comida...