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Mostrando postagens de 2018

Alma penada- Renê Paulauskas

A alma do teatro hoje não estava na peça. Estava bebendo uma cerveja no subsolo próximo aos banheiros, onde a encontrei antes de ir embora. Voltando do banheiro o estranho me perguntou: ---Vocé sabe se quem tomou injeção da dengue pode tomar cerveja? Tomei ontem e estou com uma dor de cabeça. .---Se está com dor de cabeça é melhor não beber. ---É que estou tentando me matar! ---Risos. A alma do teatro estava ali, o tempo todo, escondida no subsolo.

Turbilhão- Renê Paulauskas

Olhos desviados por um turbilhão de ideias. O que passa na sua cabeça? O livro estava aberto, antes era prosa, agora é poema. Desligaram a luz do banheiro, é hora de ir embora. A moça que prometeu passar seu telefone, já foi embora. E eu aqui, sem jeito, tentando me recompor, achar alguém pra conversar. Mas estão todos ocupados, nessa festa não fui convidado.

Pedaço de carne- Renê Paulauskas

Os mortos do passado encomodam, porque estão vivos. Matamos nossa relação, mas as memórias nos comem devagarinho. Se misturam aos que estão vivos em nossas mentes, mesmo depois de mortos. Mortos vivos, vivos mortos, e caminhamos como zumbis atrás de um pedaço de carne.

Palhaço- Renê Paulauskas

Me puxa, palhaço! Palhaço cansado que ninguém pergunta se está bem ou se está triste. Fazendo a festa dos outros, esquecendo da sua. Tapando as olheiras com alegria. Descansa palhaço, hoje a tarde é sua. Fica na cama de cara suja. Dorme, palhaço. Dorme que no sonho te encontra no espelho. E verás que teu riso, por trás da máscara, é mais singelo que o riso das crianças.

Deus animal- Renê Paulauskas

Quero dizer que não sou perfeito. Quero dizer que de perto ninguém é perfeito. Pois por mais que tentemos controlar nosso eu, alguma coisa animal se sobrepôe a dizer: "não somos Deuses, ainda. Não somos Deuses, ainda". E esse canto que povoa nossas mentes é maior do que grito ancestral: "Sou um Deus animal!".
O homem, esse ser universal. Sou eu, mas só parte. Animal travestido de humano. Racional, social, emotivo. Se perde quando se sente vivo. Se assusta quando vira bicho. Usa a razão tentando encontrar o erro cometido. Meio deus, meio animal, essa é a nossa natureza. Fugindo dos instintos básicos mais violentos, buscando o equilibrio com um pé no divino, estou eu.

Aniversário- Renê Paulauskas

Eu não morro, vivo a esperança. Nesse sonhar mais de criar do que alcançar. Assim vou vivendo, morrendo aos poucos, devagar. Até que me veja só, sem sonhos, esperanças, descrente de tudo, de todos. Enquanto, ainda sonho, cada vez menos, cada vez menos.

Décadas- Renê Paulauskas

Aos dezoito era rei, pensava que conseguiria tudo com um pouco de esforço. As coisas não foram bem como pensei, mas tive uma vida até os trinta. Os trinta foram um deserto em minha vida. Me esforçava para sair da aridez e entropia das coisas, mesmo assim foram anos escassos de um pouco de tudo. Que me reserva os quarenta? Mal consegui viver bem os trinta, espero alguma melhora que faça-me voltar a andar. Aliás, andar, isso tenho feito bastante.

Quatro séculos- Renê Paulauskas

Agora que vou fazer quarenta anos, a sensação é de vivi quatro séculos. Vi a guerra entre os homens e as máquinas; Jesus voltar a terra para libertar a humanidade; Demonios tomarem o planeta gerando suicídios. E desaparecerem todas as ilusões.

Máquinas- Renê Paulauskas

O ser humano é uma máquina falha que foi criada pra não revelar a verdadeira natureza das coisas. Hora é sua limitadora capacidade conectiva, hora a falha em sua memória. Enquanto isso, os dados de nossa pesquisa mudam o tempo todo, como mágica. Somos ultrapassados, os únicos que tem chance de sucesso agora, são os super computadores.

Teia- Renê Paulauskas

Não tem gente no mundo, nem mundo. É como uma ideia que se molda aos nossos impulsos. Estamos presos, pensando sermos livres. Livres nessa jaula invisível que se chama pensamento. E os tentáculos da aranha se aproximam.

Diletante- Renê Paulauskas

Diletante incerto, com raiz no infinito. Corre o mundo vasto, sem dobrar os joelhos. Colhe as flores mais falsas, dando voltas em círculos. Define sua meta como Quiron, sem muita sorte. Te acha, febril, febril andarilho! Transeunte será, se não te achares. E procuras, sempre apaixonado, mas te aprofunda. Mesmo que teu interesse mude, sonhe com os pés no chão!

Aparências- Renê Paulauskas

Rostos conhecidos me olham feio. Feio por te-los deletado de meus contados. Deletados por não tê-los conhecido além das aparências. Aparências essas que são entendidas como feias ou bonitas aos olhos de quem não vê com profundidade. Profundidade que só se consegue com poucos.

Fios- Renê Paulauskas

A gente testa, testa tudo. Se funcionar ligamos um fio, que pode ser descoctado em um outro momento. Mas estamos bem, com algumas ligações que fazem sentido, sempre a procura de novos fios. Somos máquinas, não somo animais.

Joaninha- Renê Paulauskas

Pérolas aos porcos foi ter dado o céu, as estrelas àquela cega. Ter sido jovial, aventureiro pra quem envelheceu antes da hora. Ter roubado um riso seu que depois voltou ao amargor como era trivial. E seu amargo passou pra mim sem que eu nem percebesse o motivo, achando que o erro fosse meu. Óh joaninha desperta, prepara as malas para poder viajar! Que você tem nas costas brancas a leveza que preciso. Que brotem flores novas por onde eu passar. E que não eu não tenha receio em dar mais uma vez tudo que é bom. Que se não enchergarem darei e serei eu o beneficiado.

Insignificante Deus-- Renê Paulauskas

Que tipo de Deus tão pequeno sou eu? Que nem consigo definir meu próprio destino. Que tenho uma vida irrisória e limitada. Que me realizo mais dormindo do que acordado. Que tipo de Deus tão pequeno sou eu?
Sonhar é sempre o melhor que podemos fazer como seres humanos. Realizar já não depende de somente nós. Mas estar conectados com nossos sonhos já é o primeiro passo.
Cada um querendo se beneficiar do outro. Animais egoistas somos nós. Tudo pra mim, migalhas pro outro. E ainda nos perguntamos por que o mundo ê assim.5

Fogo- Renê Paulauskas

É o riso, é o pranto. A raiva, a brisa. O amor, o ódio. Tudo no mesmo, compacto. Vermelho no azul, preto no branco. E guando olho o céu, estrelas que não existem mais. Se pudesse ser frio, mas sou fogo!

Desleixo- Renê Paulauskas

Àquela professora que deu zero à minha prova por achar que só poderia ter colado para ter ido tão bem. À minha amiga que insistiu tanto para ir na minha casa, e quando viu minha casa simples, quis ir embora sem nem ao menos sair do carro. À minha paixão juvenil, que depois de anos consegui seu telefone e desligou na minha cara dizendo que eu mandasse um e-mail. Aos meus amigos quando viajamos para Bahia, e me expulsaram de casa por ter que trabalhar enquanto gastavam o tempo se divertindo. À amiga que encomendou uma exposição de meus cartuns, e quando fui buscar disse que pegou cupim e teve que jogar no lixo. Aos amigos mais velhos quando era criança, por me vendarem e terem exposto partes intimas gerando um trauma. Respondi, surrando meu pai que surrou eu e minha mãe por tanto tempo. Expulsando a mãe da minha filha de casa depois de falar de seu caso com outro homem. Por brigar com uma namorada por ela me enganar não dizendo que era casada. Meu Deus, lhe peço, basta de emoções forte

Ser humano- Renê Paulauskas

Que tipo de coisa sou eu, que não aceita ser contrariado, que declara guerra aos inimigos, que não tem paciência nem piedade? Essa coisa, por mais que tentem esconder, é o ser humano.

Flor- Renê Paulauskas

A falta de sentido fez nascer a flor da destruição. As paredes do templo não foram tão grossas para impedir os sussurros nos ouvidos da criança. Tempos difíceis que vivemos. Mas nunca foi fácil, nunca foi fácil.

Equilibrista- Renê Paulauskas

Volto a esperar demais. Esses olhos fundos. Labirinto. Sede.  Um pé no mundo, outro no além. Sem se perder na mata dos delírios. A arte equilibrista. O desejo de ser pássaro com pés no chão.

Cegos- Renê Paulauskas

Apaguem todas as luzes. Ceguem os olhos dos surdos. A venda velha, carcomida, cheirando mal. Os ratos novos na vagina. Os fios elétricos no anus. Batam palmas! Risos histéricos. Soldados rasos. A vítima é uma estudante, um artista, uma intelectual? Não! É você. Você que se expressou aquele dia. Aquele dia em que todos deveriam estar calados. Mas por que esses pássaros não param de cantar? Não seguem leis? Sem hierarquia, sem respeito. Como é difícil controla-los. Pois mesmo cegos, cantam ainda mais.

Talentos- Renê Paulauskas

Talvez eu nunca tenha acertado a pedra. Quem sabe meu lugar não estivesse guardado. Fora da fila me criei. Outsaider das ruas, cem porcento improviso. Tive passagens em lugares estabelecidos graças a ajuda de alguns que acreditaram em mim. Mas na maioria do tempo vivi sem regras, longe das hierárquicas estruturas. Fui feliz assim, longe do peso do sucesso, perto do aqui agora. Não posso reclamar do meu caminho, apesar de quando criança imaginá-lo diferente. Queria ser desenhista, ilustrador, uma vida estável. O mundo me fez caricaturista, trabalhando em eventos, trabalhando nas ruas. A vida se faz, tem sua própria lógica. Lembro quando criança, vi um poeta de rua vender seus poemas, pensei "isso não quero ser". Hoje me dedico mais a escrita por não ter alcansado um bom lugar como desenhista. Se foi tão difícil com o desenho, imagino, o que terei que passar como escritor?

Sempre segui a mim mesmo- Renê Paulauskas

Sempre segui a mim mesmo, mesmo errando e corrigindo minhas pegadas. Mas hoje me sinto cansado, querendo seguir a alguém que tenha nos pés o caminho percorrido mesmo antes da largada, por mais que saiba que isso é impossível. A vida não está fácil. Uma nuvem negra ronda nossas cabeças todos os dias e noites antes de dormir. A vida selvagem se confunde e mescla na civilização da barbárie. O medo é exalado pelos poros, ninguém está imune. Agora sei como se sentiam os judeus e entendo também sua impotência diante de toda uma estrutura social mais o Estado contra ele. Agora podemos ser nós: os progressistas, artistas, sociólogos, intelectuais, enfim. Precisamos juntar forças. Fora da resistência agora é quase impossível sobreviver. Mas precisamos de mais, de vida! Fazer ecoar do chão nossas raízes. Fazer nascerem brotos de todos os tipos e sabores. Não sei se antecipo aqui uma era das mais difíceis que minha geração há de viver, mas assim desabafo aqui e agora na missão de somar

Poe na conta- Renê Paulauskas

Crise mundial. Não tenho mais trabalho mas tá tudo bem com o Brasil, poe na conta. Racismo. É um problema de séculos, poe na conta. Homofobia. Ainda somos muito atrasados, poe na conta. Golpe de Estado. Temer e o atraso, poe na conta. Entrega das estatais. Tá cada vez mais difícil enxergar um futuro nesse país, poe na conta. Fascismo no Brasil. Poe na conta. "Desculpe, seu crédito terminou".
Pneu furado, farpa de bambu. Dia nublado, esconderijo no meu quarto. O cinza tinge o rosa. Gotas de chuva no choro da manhã. Respiro fundo, o mundo não acabou.

Fragmentos de erupção- Renê Paulauskas

O sonho está latente em mim. É um vulcão que quer explodir. Explodir o mundo, fazer revolução. Mas o mundo está fechado em si mesmo. Contornando retas, abafando vapores. Queria ser só uma criança. Teria o mundo aos meus pés. Mas a inocência, quando se perde, não volta atrás.

Pensamentos- Renê Paulauskas

Às vezes tenho medo de alguns pensamentos, de que eles se realizem. Só o ato de pensar já é uma realização. Mas tenho medo de que as coisas que penso se materializem. De fato desconfio das coisas desse mundo. Seu funcionamento, suas explicações. Pra mim isto é um grande jogo, por isso dou o meu melhor, pra ver se no final consigo me libertar. Tenho empatia, tenho sentimentos, me apaixono com facilidade. Mas também acredito que nada exista de fato, a não ser eternas projeções. Vivo assim, com um pé no mundo, outro fora. Sei viver uma vida, isso é diferente de se bastar com uma. Cuidado! Há muitas pegadinhas no caminho.

Joaninha desperta (prosa poética)- Renê Paulauskas

Há muito tempo vi um clarão e a confusão na mente fez se desdobrar numa conspiração espírita, onde só eu como um Jesus encarnado poderia salvar. Me vi em seguida fazendo milagres no pronto socorro psiquiátrico, realinhando-me a esse mundo de ETs em pleno desamparo. E depois fui acostumando, acostumando, até fingir-me de santo. Depois de bastante tempo sossegou o facho. As estrelas que não via direito, contei, dei lastro. Fiz meu caminho direito, delirando no compasso. Agora penduro no lustre as luzes que mesmo faço. Pra iluminar a sala quando eu volto. Tenho descoberto outros mundos desse mundo que me fazem esquecer que o mundo é tão pequeno como meus pés. A joaninha desperta sabe voar como ninguém.

"Realidade"- Renê Paulauskas

“O Show de Truman” e “Matrix” são dois filmes que tratam a realidade como farsa. No primeiro como um programa de televisão interpretado por atores e figurantes em volta de Truman desde seu nascimento. O segundo, como uma projeção de um programa comandado por máquinas que tem os seres humanos como reféns. O fato de os dois filmes terem tido sucesso, além das ótimas produções, está no fato de que a maioria das pessoas se envolve com o tema de desvendar a realidade para além do óbvio, ou do mundo das aparências. A primeira história sobre esse tema talvez seja “O mito da caverna de Platão”. Onde as pessoas viviam acorrentadas à caverna de costas para a entrada. Tudo o que passava por essa entrada projetava sombras nas paredes. Os acorrentados acreditavam serem as sombras a realidade. Uma pessoa se solta das correntes e tateando vai para fora da caverna. Pela primeira vez vê o mundo como é, além de suas sombras. Volta para tentar mostrar o mundo para os outros acorrentados como antes

Projeto genocida contra população brasileira- Renê Paulauskas

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Estava pensando: Como mudar a abordagem da polícia militar nas periferias? É fato que existe mais criminalidade nas favelas, ou o policiamento nelas faz parte de um esquema que criminaliza os varejistas da cadeia de comercialização da droga para beneficiar os grandes traficantes? O que é possível fazer, se nesse esquema formado contra as populações periféricas estão dirigentes inclusive do governo? Fora denunciar esse esquema genocida da população preta e pobre, alguns órgãos fazem essa batalha de modo, não por falta de convicção, mas que se demonstram ineficientes. Acredito que esse tipo de abordagem policial, racista e classista, seja espelho de por tanto tempo termos sustentado um Estado escravocrata. Que uma pessoa não pode ser considerada mais ou menos perigosa só por ser negra e morar na periferia. Que as mídias, inclusive a televisão e o cinema ajudam a criar essa ilusão que não passa de um preconceito. O lado social de parte dessa população periférica, sem

Copa- Renê Paulauskas

Nacionalismo de copa é o nacionalismo mais inofensivo, se é que existe algum valor em algum tipo de nacionalismo diferente do fascismo. Não tenho orgulho de viver num país subdesenvolvido que maltrata a grande maioria da sua população que é na maioria preta e pobre. Que lhe nega educação de qualidade, moradia, saúde e cultura, pelo contrário, a explora para enriquecer cada vez mais sua elite sangue suga branca e preconceituosa. Mas sim, teria orgulho se tudo isso que acabei de dizer, fosse o contrário. Que nossa maior riqueza fosse nosso povo. Que a população mais pobre pudesse se desenvolver em qualquer área e ter sucesso, não só no futebol. E com cultura, educação e discernimento, pudéssemos todos torcer pra uma copa, sabendo que não passa de um jogo de futebol. Mas no Brasil tudo é ao contrário. A mídia manipula pela Globo os miseráveis. Os que deixaram de estudar, não tiveram acesso à cultura, só lhes impondo um sonho: De ser campeão. Como se isso resumisse sua força contra t

Futebol- Renê Paulauskas

Acho que nunca estive tão desinteressado do futebol como nessa copa. Quando criança jogava futebol com as crianças do bairro, assim como empinava pipa e andava de bicicleta, brincadeiras comuns como lazer. Agora, torcer para um time sem jogar, é algo que sempre foi incompreensível para mim. O futebol profissional tem uma estrutura que para grandessíssima maioria é invisível. São grandes clubes comandados por cartolas, grandes capitalistas, que usam o jogo a favor da propaganda e publicidade, sendo a venda de ingressos sua arrecadação menor. Comparando as arenas de jogo às arenas de combate do período romano, fica mais do que óbvio entender os atuais jogadores, seus lances, e contratos, com escravos de luxo a serviço do “jogo” capitalista que está por trás. Não tenho nada contra futebol, se me convidarem pra jogar, sei que vou fazer feio, mas o que vale é a brincadeira. Agora, torcer para um time, sem perceber o que está por trás disso tudo, é uma alienação a menos na minha list

Democracia participativa- Renê Paulauskas

A sociedade, formada primeiramente por famílias, a partir do capitalismo é organizada por empresas e indústrias que empregam indivíduos como força de trabalho. Politicamente as sociedades fazem a transição da monarquia, feudalismo, para a república e posteriormente democracia. Na democracia contemporânea, pessoas como indivíduos, tem se organizado em comunidades para resolverem problemas públicos. São trabalhos de revitalização de praças, hortas urbanas, criação de lagos em áreas indígenas. Tudo, pondo a mão na massa, sem esperar nada do poder público, apenas que não atrapalhem. Talvez seja esse, um início para uma nova fase da democracia no mundo. Uma transição da democracia representativa para democracia participativa.

Preconceito, a barreira invisível- Renê Paulauskas

Se há uma coisa que não tem barreiras, é o preconceito. Ele está em todas as classes, etnias, idades, em todos, indiscriminadamente. Em pessoas que se acham esclarecidas, simplesmente por terem déficit de informação. Ou às vezes, quando transformam essa falta de informação numa verdade, gerando a discriminação. São preconceitos de classe, de cor, grupo social, a lista é quase interminável. Tudo produzido por uma falta de empatia que permita se colocar no lugar do outro e entender a realidade que não seja somente a sua. Preguiça, comodismo, falta de interesse e alienação, ajudam muito para esse quadro. Assim, a sociedade é fracionada entre grupos de iguais, ou melhor, se distancia daquele que seja minimamente diferente por não compreender de imediato sua realidade. Para pegar um exemplo, sobre o assunto de classes sociais, na maioria dos casos as classes tem contato direto com sua própria e em segundo lugar com a de cima e a de baixo por estarem dentro do mesmo universo compartilh

Meditar, desligar- Renê Paulauskas

Indo a primeira vez no Centro Dharma, de São Paulo, na rua: Augusta, 2333. Achei a experiência interessante. Após subir 9 andares a pé, fiquei sabendo que o elevador está desativado há anos, fazendo dos 63 degraus uma pré experiência para conhecer o Centro. Não é um templo, é um centro de meditação budista ao estilo de meditação budista asiática, onde, diferente da yoga, não se controla a respiração nem o corpo, só se fica atento há ambos como modo de tranquilizar a mente. Fi quei 40 minutos meditando com outros visitantes, sentado, de olhos fechados conseguindo me concentrar nos sons da rua: Augusta e em sensações internas a maior parte do tempo, sendo às vezes distraído por alguns pensamentos. No final, consegui me desligar de tudo, sons, imagens, pensamentos, mas foi muito rápido. Após a meditação o instrutor falou um pouco sobre conceitos budistas e que mais me identifiquei foi com a ideia de impermanência. Que diz que tudo muda o tempo inteiro. E que não estarmos atentos a isso, g

Chama em madeira molhada- Renê Paulauskas

Chama em madeira molhada que logo se apaga Desilusão prematura que nem arde no peito Breve início de fantasia interrompida Vago pela cidade vazia Procurando novas fantasias Até desnudar minha carne em pólvora Na penumbra das cores Descanso ermo mas feliz

Dia mundial da raça humana- Renê Paulauskas

Caem bombas, reforçam marchas. Um grito de ódio, um grito de paz. Negros, brancos e asiáticos. Grupos de uma só cor. Grupos multicoloridos. Brigas, confusão, discórdia. É dia 16 de março de 2036, domingo, dia mundial da raça humana. Protestos racistas explodem por todos continentes após 64 anos da descoberta genética de que não há diferenças no DNA entre grupos de negros, brancos e asiáticos que os permitam classificar-se como raças. Governos Neo Liberais cortam cotas para grupos negros que se organizam em protestos como raça negra no mundo todo. Apoiadores do movimento como intelectuais discutem a mudança do termo raça para grupo negro. Uma enorme corrente, intitulada: Raça humana, ganha apoio da mídia internacional e apoio dos artistas. Peças são encenadas, exposições, filmes, músicas. A Disney faz uma das suas maiores bilheterias com o filme: “Um”, onde mostra todos os grupos dos cinco continentes se unindo para um bem comum, a melhoria do planeta. O filme teve apoio da Coca

Nota sobre o filme Praça Paris- Renê Paulauskas

Relembrando o filme Praça Paris agora, o acho um poço de preconceito, tanto racial, como de classe. Toda violência do filme é localizada na favela, como se não existisse na classe média. Os moradores da favela são mostrados como propensos ao crime e como perigosos para classe dominante. Todo pseudo aprofundamento psicológico da personagem moradora da favela, é uma caricatura do medo do favelado. Não à toa vi uma jovem negra de classe média se levantar no meio do filme e ir embora.

Breve evolução- Renê Paulauskas

Com o controle da maioria das doenças pela medicina e o saneamento nas grandes cidades no século XX a população começa a viver mais e se dá uma enorme explosão demográfica, que aliada à ciência e tecnologia cria uma realidade de controle e dominação tal, que esquecemos nossas origens, como se sempre fossemos os “donos” do planeta. Nosso interesse pela tecnologia está desde a nossa pré-história, quando começamos a criar as primeiras ferramentas com pedras lascadas, por volta de 2,2 milhões de anos atrás quando ainda éramos Homo habilis. Há 1,7 milhão de anos começamos a controlar o fogo. Através dos alimentos cozidos a digestão facilitada nesse período (Homo erectus) fomos através dos milênios aumentando o tamanho do nosso cérebro. Chegando a competir com nossos primos (Homem de Neandertal) a partir de 200 mil anos atrás como Homo sapiens. Em pleno século XXI uma nova tecnologia aponta para uma nova fase da humanidade no planeta. O controle por uma inteligência artificial autônoma

A espécie mais cruel do planeta- Renê Paulauskas

Pesquisas científicas comprovam que nós humanos somos de longe a espécie mais cruel do planeta. Isso explica muita coisa. E quando algo violento acontece, invés de dizermos: “que ato desumano” deveríamos ser educados a controlar justamente esse traço tão humano que é a maldade em diferentes níveis. Há diferentes níveis e tipos de maldades. As piores, cometidas por psicopatas, não sei se podem ser consideradas maldades humanas, já que são aferidas sem sentimento de ódio e sem sua posterior culpa. Limitamo-nos àquelas típicas, em diferentes graus, que nos trazem remorso. Pode ser desde uma pequena mentira, algo inofensivo, até uma violência causando um trauma irreversível. E por isso mesmo, dependendo do ato cometido e da sua assumida responsabilidade, pode ser tão doloroso para vítima quanto para o algoz. Existem pesquisas que dizem que temos parentes próximos com os chipanzés e com os bonobos, lá atrás, muito antes de ainda sermos seres humanos. Dos chipanzés teríamos herdado p

Sagitário- RENÊ

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Fama e poder- Renê Paulauskas

A fama e o poder isolam pessoas em pedestais tão frios, que em muitos casos a única maneira de sair deles é pelo suicídio.   Foi assim com Janis Joplim, Jimi Hendrix, Emy Winehouse e tantos outros que o fizeram e outros que continuarão a fazer. Porque esse isolamento criado pela aura do sucesso do artista é algo nada natural que tem implicações nas vidas dos isolados num profundo sentimento de vazio existencial. São pessoas que deixam de ter uma vida para ter o compromisso de vender e vender cada vez mais junto às industrias culturais de massa com um único propósito capitalista de ter cada vez mais lucro. As pessoas são levadas a essas engrenagens do sistema capitalista de massa sem terem noção de onde estão pisando, levadas somente pelos seus sonhos de artista de fazer muito sucesso. Quando entram nessa caixa, já não há o que fazer, se está preso. A pessoa deixa de ter uma vida para simplesmente lucrar para seus empresários. Quase um escravo do mais alto nível do capitalismo. Me

Perdido no mundo dos signos- Renê Paulauskas

Me perco no mundo dos signos (significantes, significados). Grifo o que posso. Minha vida é muito simples, quase um monge recluso. Tateio no escuro. Existem significados especiais. As ideias surgem na escuridão, depois do silêncio há música.

Do pensamento ao fato- Renê Paulauskas

A veracidade das coisas se dá por materializações. Não se tem certeza do pensamento antes de pronunciá-lo de modo que possa ser entendido, antes pelo próprio autor, segundo pelos outros. Esse é o primeiro passo para compartilhar uma ideia. O segundo passo está na validação da ideia transmitida, em sua aprovação. Esse processo pode tanto passar por especialistas, que vão analisar e refutar ou aprovar seu conteúdo. Ou ser absorvido pelas massas, como é o caso de conteúdos da indústria cultural de massa. Mas como se chega a uma ideia? Essa resposta talvez seja incompleta. Mas de modo geral armazenamos conteúdos através da memória e os relacionamos com outros conteúdos já interiorizados. E reproduzimos com nossa marca, que pode ser desde uma cópia da ideia absorvida, ou uma interpretação que até contradiga o pensamento original. Não quero ser racionalista e acredito que tudo à nossa volta é absorvido pelo inconsciente, e assim, somos plenamente capacitados para criarmos ideias

Acepção da palavra trabalho- Renê Paulauskas

Se pegarmos a acepção mais geral de trabalho, como conjunto de atividades afim de chegar a um objetivo, vemos que na vida do trabalhador, de modo geral, essa associação entre conjunto de atividades e o objetivo final é perdido em forma de alienação, em que através das partes separadas da produção não se verifica o processo total da mesma. Mas além disso, existe uma inadequação na maioria das vezes entre os interesses reais das pessoas (suas vocações, talentos, habilidades) com as tarefas que executam nos meios de produção. Esse processo de inadequação é típico do mundo moderno em que as produções e seus meios são produzidos por interesses capitalistas nem sempre para atender as demandas da sociedade, criando novas demandas e interesses para fins próprios do capital. Essas empresas tem divisões como marketing, recursos humanos, administração, financeiro, entre muitos outros que exigem uma capacitação técnica específica para cada área que pouco tem a ver com as reais habilidades e

Adão e Eva e os índios- Renê Paulauskas

O mito judaico de Adão e Eva no Édem explica como já tivemos uma natureza mais pura e integrada com a natureza. E coloca a “maçã do conhecimento” como o início para nossa civilização problemática e apartada desse paraíso original. A tecnologia, divisão social do trabalho e a exploração do homem pelo homem são apenas alguns aspectos dessa sociedade cindida. A individualização através do sistema de trabalho capitalista e o consequente isolamento nas grandes cidades é outro. A falta de solidariedade comum ao individualismo é algo registrado nos primeiros sociólogos ainda do século XIX. Em meio a tantas mazelas sociais, aqui no Brasil, ainda existem povos conectados com a natureza, vivendo como literalmente irmãos, em pleno gozo de liberdade. São os índios, que os homens brancos ditos civilizados, dessa civilização doente que falamos à pouco, querem acabar com o que restou desse pequeno oásis terrestre.

Prisão- Renê Paulauskas

A super estrela de Hollywood está presa em sua mansão. Não pode sair nas ruas como um anônimo ou ter uma vida normal. Se quer, tem uma, não confia em ninguém, é um escravo da própria imagem criada. A solidão, sua maior companheira, está minando sua energia, não há vitaminas ou tratamentos que o segurem pela eternidade. Mas para nós, ela sempre será o motivo de nossos desejos, nossos anseios de chegar lá. Somos escravos desse mundo. Suas leis, suas regras, não há um ser humano que não as sinta às vezes contrario à suas imposições. Mas vai além, somos subservientes ao sistema, todos, sem exceção, ao poder e ao dinheiro. E mais intimamente, somos escravos dos nossos desejos, nossos pensamentos. Isso alimenta o sistema de maneira inimaginável. É uma grande bola de neve, que passa por cima de nós nos levando junto. O sistema é algo tão difícil de controlar como nossos impulsos, desejos e pensamentos, só que elevado à potência de bilhões de pessoas. Somos um amontoado de inconsciente c

Táxi de Jafar Panahi- Renê Paulauskas

Assisti hoje o filme iraniano: “Taxi” onde Jafar Panahi, em seu carro, dá carona para vários personagens. O filme brinca todo o tempo com a questão do que é realidade. Coloca cenas com aparência de filme documental, discutindo os limites de apresentar, as coisas como são, num cinema de grande distribuição. O discurso de uma advogada florista, é mostrada como realidade sórdida, e impossível de ser revelada inteiramente. A realidade penetra a ficção de um modo visceral, inesperado, e nos contamina com a questão do que de fato seria a realidade.

Na Matrix- Renê Paulauskas

Na Matrix, somos nós que projetamos nossa própria realidade. Esse processo se dá por impulsos neurológicos que se propagam na aparente realidade à nossa volta se expandindo até o todo. Um bom exemplo para exemplificar, seria uma pequena onda circular criada por impacto de um objeto qualquer na água e a expansão dessa onda envolta. Podendo dar o nome dessa “realidade” em que vivemos de campo de realidade auto idealizada. Sair dessa realidade totalmente é impossível. Mas podemos sintonizar com outros universos de realidade. Que ao todo, são todas faces da mesma realidade. A verdadeira realidade seria desvendar todas as “realidades” em nome de uma abertura de consciência capaz de nos retirar desse mundo, no qual estamos aprisionados. Enquanto isso vamos levando a vida, como numa prisão de luxo, sabendo que somos reféns do nosso próprio olhar.

Crime contra ex-presidente Lula- Renê Paulauskas

Judiciário brasileiro comete crime contra ex-presidente Lula, o prendendo por doze anos e um mês numa penitenciária em Curitiba, Porto Alegre, Brasil. O crime foi cometido através da operação Lava Jato, supostamente criada para investigar a corrupção, com verdadeiros interesses em acabar com o PT (partido dos trabalhadores) e tira-los do governo para a EXXO-MOBIL comprasse a Petrobrás, com alegação de que estava envolvida em crime de corrupção. O suposto crime que Lula teria cometido seria ter recebido um Triplex da construtora OAS, mas não existe documento algum comprovando que em algum momento esse apartamento foi do Lula, definindo assim uma criminalização sem provas. Mesmo assim, foi condenado pelo Tribunal Regional-4 de Curitiba, e negado seu habeas corpus no Supremo Tribunal Federal.  O crime contra o Luís Inácio Lula da Silva é gravíssimo, e põe todas as instituições brasileiras ditas democráticas em cheque. O apoio internacional ainda não se deu conta totalmente da gravida

Matrix- Renê Paulauskas

A vida na Matrix seria como uma projeção dando a falsa ideia de vivermos num mundo real. É muito difícil, se não, impossível, de sabermos como funciona, na parte interna, esse sistema, sendo que só ficamos com a parte onde estamos submersos à “realidade”. Existem formas de atingir outras realidades, dando luz à questão de como as coisas funcionariam. Uma dessas realidades é a realidade espiritual, tanto como comprovação de deuses que interferem neste mundo, como na potencialidade de que cada um pode se manifestar como um ser divino através da exteriorização de seu próprio self (seu eu mais profundo). Acredito que o convencimento da maioria não é o mais importante. Caso a pessoa não descubra por si mesma, através das próprias experiências, acreditar nestas coisas se torna algo, no mínimo, sem propósito. O interessante é que, de algum modo, brechas no sistema, estão colocando assuntos como este em pauta. Na minha opinião, à serviço da própria Matrix.  

Cuba, o cameramen- Renê Paulauskas

Assisti hoje o documentário “Cuba, O Cameramen” na Netflix. Fiquei chocado como Cuba ficou totalmente fragilizada depois do fim da União Soviética. De 1990 a 1999 mal tinha comida para as pessoas comerem. De 2000 até 2016 Cuba viveu principalmente do turismo. E em 2016, com a morte de Fidel, em diante inicia-se a abertura econômica. Tudo tão rápido, desde a revolução cubana em 1959 até hoje. Nos anos 70, a saúde e educação eram de primeiro mundo e atendia a toda população, sem cobrar um centavo. Casas populares eram construídas próximas aos postos de trabalho como moradias gratuitas para milhares de cidadãos cubanos. Todo povo cubano sentia orgulho da revolução e de serem cubanos. Mais de 80% dos produtos vinham da União Soviética, assim como bilhões que sustentavam Cuba. Com a queda do muro de Berlim, Cuba caiu junto. E nunca mais conseguiu se erguer novamente. A própria saída através do turismo, remonta aos anos em que, antes da Revolução, Cuba era explorada pelos Estados Uni

Loucura versus auto-conhecimento- Renê Paulauskas

A loucura assusta tanto por ser desagregadora, principalmente das falsas ideias, ideias perfeitas sobre família, sociedade. Que rejeita todos os diferentes, em nome de uma imagem falsa de comercial de margarina, criada para as pessoas comprarem, não pensarem. Quando a pessoa que surta, muitas vezes, está sendo ela mesma de um modo mais profundo, se comunicando com ela mesma, sua alma e intimidade. Por isso alguns demoram tanto para voltar a compartilhar sentidos nessa sociedade desagregadora e sem sentido, que só sabe vender e consumir. Estados Unidos voltaram a atacar a Síria, acompanhados da França e Inglaterra, com o pretexto de serem contra as armas químicas usadas pelo governo contra a população. As armas químicas, assim como antes os mercenários disfarçados de grupos terroristas, são mais uma estratégia implantada para manipular a mídia a favor da invasão. Os interesses de uma guerra são sempre comerciais. Volto à sociedade sem sentido, desagregadora, que só sabe vender e com

Kant, brevemente- Renê Paulauskas

Segundo Kant existem dois tipos básicos de discurso. O discurso analítico, o qual fica concentrado numa análise, exemplo: Um quadrado tem quatro lados; e possíveis desdobramentos da mesma análise, exemplo: Todos os lados e ângulos do quadrado são iguais; seus ângulos são de 90 graus, etc. O outro tipo de discurso é o sintético. Onde somasse conteúdos diversos, exemplo: Um quadrado caiu no chão; ou ainda: Não era um quadrado e sim um cubo, que se abriu espatifado na areia... Segundo Kant só se adquire conhecimento de modo sintético. Acho que os discursos analíticos servem bem para quem gosta de encher linguiça por não saber o que falar, e do outro lado, de quem finge compreender discursos vazios que se perdem em si mesmos.

Multinacionais- Renê Paulauskas

O capitalismo moderno é constituído por empresas multinacionais, muitas vezes sem rastro (endereço fixo) por serem muitas vezes conjuntos de outras empresas que se tornam uma única multinacional. Seu modo de obtenção de lucro também é indireto, como, por exemplo, a Google, que aparentemente serve um serviço de informação, mas ganha com um serviço complexo de venda dos dados de informação de seus usuários para empresas que vendem serviços e produtos. Essas empresas, sem rastro e sem um modelo simples de rastreamento de seus lucros para impostos, formam menos de um por cento da humanidade, que acumula mais riqueza que os outros noventa e nove por cento da população mundial. Essas empresas tem poder de interferir em nações inteiras sem compromisso nenhum com o desenvolvimento e bem estar do planeta, quando deveriam contribuir, pelo menos financeiramente para este fim. As grandes corporações do mundiais governam por princípios do capital financeiro de modo totalmente desumano, sem intere

Lula, amado e odiado- Renê Paulauskas

Por que as pessoas amam ou odeiam Lula? Pelo fato dele ser um típico brasileiro, que já passou fome no nordeste, virou operário, cresceu no sindicato dos metalúrgicos, e que virou Presidente sem negar sua história, sua origem. De um lado, metade desse mesmo povo, se identifica com ele, sua política, sua visão. Por ele reconhecer os problemas e a realidade de um país sem desenvolvimento e por lutar para transformá-la, fazendo do nosso país, a partir de nosso potencial, uma potencia. Outra metade renega vilmente essa realidade, a realidade da pobreza, da falta de estrutura, dos reais problemas do Brasil, e prefere fingir que essas coisas não existem. Em vez de se inconformarem contra sua opressão, defendem a opressão por não conhecerem outra realidade, a não ser, sonhar a vida dos poderosos, da elite brasileira, essa elite que através das televisões definem os desejos dos famintos, famintos de sonhos para esquecer sua realidade mais dura. Enquanto esses poderosos manipulam os sonhos, o

Pobre barata- Renê Paulauskas

Hoje matei uma barata! Não como normalmente, por motivos de higiene. Matei por cansaço. Cansaço desse golpe que não termina. Dessa política de criar guerras híbridas no mundo inteiro. De usarem a mídia como arma de manipulação da massa ignara. De me sentir cada vez mais acuado no país que mais mata defensores de direitos humanos no mundo. Onde a maior parte da população é pobre ou miserável por ter mais melanina na sua pele. Onde a elite só pensa o país como agro exportador, sem nenhum desenvolvimento. Sim, eu matei a barata, mas ela não tinha culpa de nada disso.

Hoje com minha filha- Renê Paulauskas

Hoje minha filha, de dezesseis anos, me falou que faria um debate na escola sobre sistemas de governo e que tinha escolhido o Socialismo para defender, e me perguntou se eu poderia dar alguma ideia para ela. Defender o Socialismo num mundo onde o capitalismo prevaleceu, parece difícil a primeira vista, ou no mínimo utópico. Mas lembrando de seu início, como crítica ao capitalismo desenfreado em que mulheres e crianças trabalhavam mais de doze horas nas fábricas em regimes insalubres, e a pobreza era generalizada entre a população, vemos que temos muitos motivos para voltar a defender as ideias socialistas. Hoje é mais fácil defender o Estado de bem estar social, como regulador, dando equilíbrio e harmonia para uma sociedade menos desigual por meio da redistribuição de riquezas pelo Estado a partir dos impostos coletados. A ideia de Estado de Bem Estar Social foi de um economista chamado Hayek, que previa que se o estado não reequilibrasse o mercado, esse viria a falir. Afinal, qu

Povo preto da favela- Renê Paulauskas

Vivemos num país onde uma enorme parte da população é contada como invisível, só aparece para contar votos em época de eleição, eleição essa que usa sua imagem nas campanhas, e se eleita, continua desconsiderando sua presença, por não considerar essa população como cidadãos. Assim, mais de um século após o fim da escravidão eles vivem à margem sem acesso aos recursos como cultura, educação, garantia de direitos que poderiam ajudar a mudar sua história. Vivendo em guetos, locais de resistência, com uma cultura local e étnica, esses grupos lutam para serem ouvidos. Uma luta de fé, desigual, injusta, um dos poucos motivos para nos orgulhar do povo brasileiro. Todo nosso apoio ao povo preto da favela! Que não existam diferenças de direitos e oportunidades. E que esse dia chegue logo!

Sozinho- Renê Paulauskas

Estou sozinho, nessa nave sem paradeiro ou direção. A vida é frágil, mas me tornei insensível pensando em questões além desse mundo. Quem dera a vida, uma folha como uma hortelã. Em vez disso, labirintos presentes em cada oco, em cada coisa. Mesmo assim, me inclino à suas luzes, quanto mais naturais melhor.   Não por acreditar, sim pra esquecer os eternos labirintos da minha mente.

A vida é banal, mas sua possibilidade infinita- Renê Paulauskas

A vida é banal, mas sua possibilidade infinita. Tudo é percepção, tudo tem limite. Ao mesmo tempo existe uma gama quase infinita de coisas a serem percebidas. Nunca se alcança o todo, o todo é infindável. Alcançamos o possível em compartimentos, um a um, e disso existimos, plenamente ou parcialmente. Esses compartimentos nos dizem quem somos, e desse modo, somos limitados. A infinitude não é, nem pode ser, alcançada. É mero fundo de tela decorativo, que nos empresta a esperança e nos relaxa com suas cores. Enquanto nós, presos em compartimentos, somos iludidos por nós mesmos. "Destruam as caixas, os compartimentos!" Dizem os ídolos, criados por sonhos de todos aqueles frustrados procurando por algo.

A guerra na Síria, um novo modelo de guerra- Renê Paulauskas

A guerra na Síria, iniciada em 2011, hoje está chegando ao fim. Com mais de quatrocentos mil mortos e mais da metade da população de refugiados. A Síria era um estado controlado por uma ditadura, mas com direitos de Estado laico garantidos. As manifestações contra Bashar al-Assad foram parte de um golpe midiático onde parte da população foi manipulada por interesses com o capital estadunidense em controlar o petróleo e criar uma guerra para vender armas. Exércitos terroristas foram criados por grupos de mercenários de várias partes do mundo, apoiados pela mídia que espalhava notícias distorcidas do verdadeiro interesse da guerra pelos EUA. Arábia Saudita, o único Estado Árabe que não tem estado laico, foi o único país que apoiou os Estados Unidos nessa guerra. A guerra na Síria é um exemplo claro de como se dão as guerras hoje em dia, usando a própria população contra o governo, para fins de controle de petróleo, dominar os recursos naturais, etc, como fins de capital. O uso da míd

Capitalismo sombrio- Renê Paulauskas

No capitalismo atual as grandes empresas do mundo estão concentrando cada vez mais capital, de modo que poucas famílias no mundo concentram mais riquezas do que toda população do planeta restante. Para essas famílias: democracia, igualdade social, são termos abstratos usados estrategicamente em campanhas, mas contrários à sua política. Soma-se a esse cenário o fato que em breve a maioria dos empregos vão ser substituídos por máquinas, computadores e robôs, criando uma sociedade dividida entre a maior parte miserável e as grandes empresas de capital internacional. Se existi algo que poderíamos fazer seria uma revolução, obrigando a esses donos do capital internacional, pagarem salários à maior parte da população, mesmo porque, sem mercado consumidor não são comprados seus produtos, ficando com mercado cada vez mais restrito a uma classe média e de elite, que é cada vez menor.  

Solidão- Renê Paulauskas

Até quando sentirei a solidão que sinto agora Os caminhos fechados me impedindo passagem Pessoas resumidas a miragens Nenhum gosto novo que valha a pena Mesmo assim respiro Percebo que tudo isso é ilusão Que a liberdade está além deste mundo

A mão invisível- Renê Paulauskas

Com a descoberta do pré-Sal em 2005 as maiores petrolíferas do mundo entram em acordo com as elites brasileiras e cria-se o Mensalão, supostamente para investigar a corrupção, com interesses maiores de destruir a instituição do Estado brasileiro detentora da Petrobras. Em 2014, novo golpe é armado, com os mesmos interesses do Mensalão, a Lava Jato, agora aliada à denuncias forjadas para ‘’investigar a corrupção’’ dentro da própria Petrobrás, cria a ideia de Lula estar ligado à ‘’corrupção da Petrobrás”. Com a criminalização de Lula, mesmo sem provas, isso é irrelevante para as petrolíferas internacionais, retirasse o petróleo do domínio   nacional para entrega-lo às multinacionais. Fecha-se um ciclo para iniciar um novo, o do início do desenvolvimento brasileiro, para a re-colonização do Brasil, através da entrega de suas indústrias, petróleo e riquezas naturais, como a água e a Amazônia, por industrias internacionais.

Tá difícil!- Renê Paulauskas

Estava eu sentado na poltrona, atordoado, pensando na atual política nacional pensando numa possível saída do Golpe Midiático Jurídico Parlamentar em que fomos submetidos, não tive conclusões, só inquietações. O Brasil atual pode ser dividido em, metade manipulada pelos ideais das classes dominantes, os que acreditam na Lava Jato, Globo etc, e outra metade que se aproxima dos ideais da classe trabalhadora, que defende a Dilma, o Lula etc. Fora isso tem uma parcela, que não é pequena, que se diz desacreditada da política, que na verdade, nunca foi politizada, e defende sua alienação. A única maneira possível, se nos resta ainda o mínimo de recursos dentro de uma República, seria juntar, de alguma maneira esses despolitizados contra o golpe. O problema é que esses despolitizados são influenciados pela Globo, Lava Jato etc. É, como disse, tá difícil!  

Não sabemos voar- Renê Paulauskas

Não sabemos voar, pelo menos não independentemente, e por isso somos sempre dependentes de algo para alcançar novos ares. Pode ser uma conversa, um livro, mas sempre nos libertamos no outro, seu oceano profundo. Pra isso é preciso paixão, no mínimo uma admiração, ou confluência de ideias. Assim, os ignorantes, por natureza, são mais felizes no chão. Mas nunca alcançam voos que lhes deem liberdade.

Golpe no Brasil- Renê Paulauskas

Quando começou o Golpe Midiático Jurídico Parlamentar, na época com o impeachment da Presidente Dilma por pedaladas que ficou provada sua inocência, não imaginávamos o que iríamos passar. Fim dos recursos para secretarias da cultura, social e das minorias. Venda da Petrobrás, acabando com toda possibilidade de o país se transformar numa potência mundial, por um processo de marketing contra a “corrupção” criado nos EUA para combater o desenvolvimento de países na América do Sul. Fim da CLT, mudando a constituição das leis trabalhistas que estavam protegidas desde sua criação por Getúlio Vargas. Ocupação das forças armadas dos EUA na base de Alcântara. Venda da Embraer para Boeing. Intervenção militar. Condenação de Lula e negação de habeas corpus por unanimidade por um crime sem provas. O que mais está por vir? Fim da Previdência Social. Golpe militar? Bolsonaro presidente, se tiverem eleições.

Ao começar a ler pela primeira vez a Teoria da Relatividade de Einstein- Renê Paulauskas

Ao começar a ler pela primeira vez a Teoria da Relatividade de Einstein, vi como tudo, ou melhor, quase tudo, é relativo a algo ou a um ponto de referencia. Por exemplo, o movimento de um trem em relação aos trilhos, o movimento de uma pessoa andando dentro do trem em movimento, o movimento das nuvens em relação à terra, o próprio movimento da terra em relação ao sol, e assim por diante. Mas quando disse que “quase” tudo é relativo, é porque todas as coisas descritas anteriormente são relativos à velocidade da luz, 300.000 km/s, da mesma maneira. Parece impossível, mas a velocidade da luz é uma velocidade limite que não pode ser ultrapassada por nenhum corpo feito de matéria pelo simples fato de que quanto mais o corpo, sua massa: m se aproxima da velocidade da luz: c, o corpo perde energia: E.

Findar- Renê Paulauskas

Findar-me às gotas de chuva vendo as sombras na solidão Ecos dos caminhos da noite perfumada Estar vivo é estar morto, estar morto é estar vivo Doces sentidos que embriagam a razão Tudo é ilusão, doce ilusão!

Sobre a cirurgia de “mudança de sexo” para transgêneros feminino- Renê Paulauskas

Sobre a cirurgia de “mudança de sexo” para transgêneros feminino, faço uma análise pontual específica sobre a cirurgia, respeitando todo o direito à cirurgia, como sobre a própria realidade do transgênero feminino em sentir-se habitando um corpo estranho. A questão que trago aqui é sobre as diferenças e correlações entre os órgãos feminino e masculino. Quando ainda não se definiu o sexo no embrião na barriga da mãe, homem e mulher são iguais, só posteriormente definidos a vagina, para as mulheres e pênis para os homens. Desse modo, no embrião, o aparelho reprodutor pode ser desenvolvido um pênis, ou um clitóris, um escroto ou uma vagina. Claro que as diferenças entre os aparelhos reprodutor masculino e feminino vão muito além dessas diferenças. Mas a correlação entre os órgãos pelos quais se sente o orgasmo, o pênis e o clitóris, é inequívoca. Sendo assim a cirurgia de “mudança de sexo” no transgênero feminino deveria preservar o pênis como clitóris e transformar o escroto em vag

Breve ensaio sobre a "loucura" como poder mental- Renê Paulauskas

Chamar alguém de louco é o mesmo que ignorar seu discurso a estigmatizando de doente mental. É um artifício político usado de modo alienado por falta de informação, ou, em último caso, por razões fascistas. Quando na verdade o que acontece entre uma pessoa em estado alterado de consciência, seja por uso de psicotrópicos, ou não e uma outra, em estado normal, é uma diferença estado mental em relação à dinâmica e velocidade das sinapses cerebrais. Cada dinâmica e velocidade definem um estado mental x, e sua alteração um estado y. Só sendo possível uma mediação entre estados mentais x e y quando os estados ocorrem na mesma pessoa, sendo mediado pela memória. Esse processo dialético entre os estados alterados e, através da memória, sua reflexão em estado normal gera uma síntese, que é a consciência além dos limites da razão. Essa consciência é revolucionária e só pode ser alcançada por quem tem ou teve experiências de alteração de consciência. Por isso, na maioria das vezes, essas pessoa

Louco?- Renê Paulauskas

Chamar alguém de louco é o mesmo que ignorar seu discurso o estigmatizando de doente mental. É um artifício político usado de modo alienado por falta de informação, ou, em último caso, por razões fascistas. Quando na verdade o que acontece entre uma pessoa em estado alterado de consciência, seja por uso de psicotrópicos, ou não, e uma outra, em estado normal, é uma diferença em relação à dinâmica e velocidade das sinapses cerebrais. Cada dinâmica e velocidade definem um estado mental x, e sua alteração um estado y. Só sendo possível uma mediação entre estados mentais x e y quando os estados ocorrem na mesma pessoa, sendo mediado pela memória. Esse processo dialético entre os estados alterados e, através da memória, sua reflexão em estado normal gera uma síntese, que é a consciência além dos limites da razão. Essa consciência é revolucionária e só pode ser alcançada por quem tem ou teve experiências de alteração de consciência. Por isso, na maioria das vezes, essas pessoas são chamada

Penso logo crio- Renê Paulauskas

Penso logo crio, é muito mais que uma filosofia, é uma prática que através de evocar o pensamento cria literalmente a realidade. Assim, ao contrário do que se imagina, o pensamento é anterior à própria realidade, e ao mesmo tempo, a cria através do próprio pensamento enquanto prática, que pode ser ou não consciente. Assim, não existe realidade à priori, no máximo, pensamentos à priori. A ilusão da realidade como uma coisa material que existe além de nossa existência, como disse, é só uma ilusão. Ilusão essa que nos aprisiona com toda sua “realidade” material, gravidade, dor. A descoberta da realidade como prática do pensamento e não como realidade material anterior à própria existência se faz individualmente e pode chegar a ser impossível para a maioria das pessoas. Assim esse texto tem sentido contrário a auto ajuda no sentido que se quer pode ser pensado pela maioria das pessoas. Mesmo assim, publico na esperança remota de que algum pensador, no sentido prático da palavra, sinta-se

Meritocracia e outras bobagens- Renê Paulauskas

Vejo um mundo doente, onde poucos dominam um mundo de escravos com o discurso de que todos podem chegar ao topo, discurso esse, da meritocracia, que cria sonhos e ilusões, que escraviza o povo mais pobre e em vez de criar luta e consciência faz o pobre se voltar contra o pobre só para ter um momento de também, como as classes superiores, o poder explorar. Esse discurso rebaixa as classes inferiores a tudo que é baixo ou indigno. Faz delas cegas. Impõe-se a elas o único valor, que não tem valor, o valor do dinheiro e nada mais. Quando se sabe que o dinheiro nada tem de valor em si mesmo, a não ser como valor de troca. O valor do dinheiro é uma abstração. Só tem o valor de troca por algo que seja comprado, nunca antes disso. E só se significa às coisas que compra, num mundo onde existem riquezas muito maiores do o dinheiro, ou seu peso em ouro. Não se pode comprar um amigo com dinheiro, ao menos que seja um amigo por interesse, que faz dele um interesseiro, não um amigo de fato. O mesm

Intervenção militar- Renê Paulauskas

Se o governo quisesse atacar o crime organizado investiria na polícia científica, aumenta o policiamento nas fronteiras, e principalmente, se ocuparia não com os varejistas das drogas, pequenos traficantes, mas com os cartolas, grades empresários do tráfico, alguns fazendo parte do governo. A intervenção militar serve só para atacar a maior parte da população pobre contra o governo, que é expressa pelo preto pobre, localizada, se não na maior parte, nas favelas.

Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire- Renê Paulauskas

Paulo Freire escreve em seu livro Pedagogia do Oprimido, um método diferente do que estamos acostumados em nossas escolas. Diferente do método vigente, onde o professor transfere conteúdos, como se os alunos fossem meros depositários dos mesmos, como se fossem seres sem saberes e conhecimento, Paulo Freire usa a educação problematizadora, onde o professor coordena ações dialógicas em que os alunos são estimulados a verbalizarem suas ideias, fazendo de seus discursos sobre si mesmos, conscientizações em cima de conscientizações, que ao longo do processo define uma consciência histórica revolucionária. O método foi aplicado em camponeses analfabetos, e nesse sentido, o livro tem uma força revolucionária que a todo momento polariza, de um lado o opressor, que mantem o estado das coisas, com medo que o oprimido faça a revolução. Do outro lado, o oprimido, que tem um potencial revolucionário mas inicialmente está preso às ideias do opressor, muitas vezes se tornando opressor como ele.

Judiciário brasileiro comprado

Acabei de ler uma reportagem no Wikileaks sobre uma ordem de censura dada pelo presidente Michel Temer aos jornais Folha de São Paulo e O Globo por um juiz para censurar as informações um hacker que teria chantageado sua mulher. Se o presidente pode censurar dois dos maiores jornais do país, imagine o que ele não teria feito para dar ordem de prisão ao ex presidente Lula a um judiciário totalmente comprado.

Psicologia Social?- Renê Paulauskas

As relações de causa e feito só são medidas pela ciência quando tem uma visibilidade afim de serem comprovadas por números. A psique humana não pode ser examinada e estudada da mesma maneira. Porém é evidente que forças psicológicas exerçam peso na balança do estado psíquico, tanto pra cima como pra baixo. Essas forças invisíveis aparecem no cotidiano o tempo todo, em datas comemorativas, na relação com o trabalho ou produção, com a família, amigos, cônjuge, etc. Tudo o que tem importância socialmente carrega um peso nessa balança: trabalho, estudo, família, vida social... De modo que a falta de tais itens faz falta e pesa negativamente. A falta de harmonia também é um fator que pesa negativamente. Não conseguimos nos eximir desses compromissos por sermos seres sociais, diferentes dos psicopatas, mas isso é outra questão. Sentimos quando somos bem tratados em qualquer ambiente social e mal tratado também. No caso da falta de um desses itens, pesa com um vazio que é sempre lembrado, s

Os problemas do Brasil- Renê Paulauskas

Os problemas da falta de consciência política no Brasil são decorrentes de vários fatores. Um deles é o preconceito de classe, que se dá do rico com o menos rico, do menos rico com a classe média alta, da média alta com a média, da classe média com a média baixa, da classe média baixa com a pobre, do pobre com o miserável, e que dirá quando existe uma distância maior ainda entre elas. Isso se dá pelo desejo inconsciente de associação direta entre felicidade e bens de consumo transmitidos pelo marketing e publicidade de uma sociedade capitalista que só visa o lucro. Enquanto não existir um projeto de cultura e educação que suplantem esses valores, os preconceitos de classe vão continuar a existir como desvalorização da própria em detrimento das classes superiores sem nenhuma consciência. Fora o problema do preconceito de classe, juntasse ao brasileiro o preconceito de raça, fruto do processo de escravidão do negro e sua alforria parcial, considerando que os escravos após a lei Áurea

Estrelas- Renê Paulauskas

Tão longa é a noite longe dos sois que habitam meu olhar Silencioso é o espaço em sua fria natureza em que falhas crespam o começo da vida em algum lugar Insignificante beleza se espalhando como vírus em desarmonia ao cosmos num breve segundo Regozijante riso escondido de outras estrelas, que dirá em outros planetas, onde espalham-se outras formas que são não menos impróprias.