Passo pelos objetos calados em seus cantos, tão vazios, quase miragens de um solitário. Mesmo assim corro, me desloco no fluxo até voltar cansado. Sempre a mesma procura, cada vez mais escassa, se sentir vivo. Volto aos mortos, reconforto com uma mãe companheira, uma fiha amiga e poucos amigos. Pensando bem, a vida sempre pareceu bem vazia.
A decisão de transferir o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o presídio de segurança máxima de Tremembé, interior de São Paulo, tem interesses explícitos e implícitos. O motivo mais óbvio é o de, agora que a Lava Jato está sendo desmascarada, associar o Lula a um presidiário perigoso. No presídio de Tremenbé estão encarcerados os psicopatas mais perigosos do Brasil e do mundo. Negar uma cela particular num presídio dessa periculosidade, e incomendar a morte do ex presidente, num lugar onde a maioria está condenado por homicídios, pode ser um dos motivos implícitos.
O racismo está entranhado em toda sociedade brasileira. Principalmente o de julgamento social. Aquele que teme o preto pobre da favela, mas que é refletido pelo professor universitário à subestimarem seus alunos cotistas, por exemplo. O preconceito está em acreditar que as classes dominantes são superiores às classes populares. E toda uma cultura de subordinação do popular ao clássico. Como um desprestígio do popular negro e periférico como algo perigoso. E em fazer esse tipo de associação a qualquer pessoa por sua cor.