Queima- Renê Paulauskas

 Queimei, queimei as cartas que me prendiam à ela. Foi queima tardia depois de dezoito anos separados. Queimei agora, pra voltar a viver, agora com quarenta e pouco. Mas mesmo assim me deixou mole, cansado, desanimado. Tanto tempo perdido. Agora enfim me desliguei. E na queima, voltou alguma coisa. Uma fagulha de cinza que entrou no meu peito. Agora é esperar. Decompor. Aí sim, quem sabe, estarei outro.

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