Na periferia Tudo respira O ar As pessoas As conversas Falta de tudo Não falta nada Volto pro centro Cada um fechado Em seu canto Nada falta Falta tudo
Quem me vê Nesse pijama Preguiçoso Acordando tarde Não imagina As histórias Loucas Que já passei Atravessei portais Vi deuses e demônios Presenciei milagres De olhos abertos Mas quando voltei Tudo tinha acabado E até a simples vida Tinha ido junto Hoje Nem vida normal Nem herói Vivo de pijama
Eu fui punido Não por acreditar Mas por viver Um mundo novo De coisas novas Que não podem Ser compreendidas Me taxaram de louco Mas estou vivo Abatido Mas lutando Levando verdade Não de romper com esse mundo Isso já fiz Mas de desconfiar sempre E mesmo assim Mostrar minha verdade A verdade De um mundo melhor Se esse mundo velho Quiser me punir Tenho um mundo novo A sorrir
Mola que resiste Se adapta à tudo Troca de pele Antes criança Depois adulto Agora velho Com sua ânima De sonhador Tudo passou Na carcaça curvada Brota um riso Ainda não acabou
Se solidifica E logo esquece A rocha bruta Que aparece Segue firme Não para Tudo é meta Um asceta E quando sonha Sonha estar correndo Mas logo acorda E sai voando Homenzinho apressado Não vê que tudo é vago Que até às rochas se desfazem Em seixos, areia e pó Que sua seta Gira no ar ao som da música Que segue sem perceber Como um tolo Mas você não para Nem me ouve Corre atrás do tempo Que não para pra você