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Mostrando postagens de setembro, 2024

Folha de papel - Renê Paulauskas

Engrenagens corroídas em meu sangue. Faço tudo da melhor maneira possível. Mas a ave desgovernada no meu cérebro voa cada vez mais alto. Já não sinto medo, não tanto. A folha rasga na minha frente de modo tão claro e definitivo que sinto meu corpo relaxar. Não haverá novos tempos, novas horas. Seremos poupados de tudo. Todo sofrimento, físico, psíquico, social, político. Não seremos livres. Simplesmente não existiremos. Não existe vida sem sofrimento. Essa vida na Terra é um eterno sentir fome, matar pra comer, ter desejos e perpetuar a espécie. Esse ciclo se perpetuou por milhões de anos. Até que interferimos inconsequentemente e desequilibramos o clima, pondo assim uma pedra na evolução e no mundo como conhecemos. Só nos resta aceitar. Como uma folha de papel caindo no asfalto. Sentir o brilho do sol cada vez maior. E a beleza das paisagens que dão lugar à desastres naturais. Perceber a beleza da vida na Terra, mesmo com fome, guerras, doenças e miséria. Ver tudo o que o ser humano c

Sonho- Renê Paulauskas

Quando criança perguntei para o meu pai, em frente ao mar, se a vida era um sonho. Hoje tenho certeza que sim. Segundo os cientistas de hoje, a vida na Terra, animal, vegetal, no solo e nos mares, não deve passar de 2100.  Já me perguntei: Qual a probabilidade de ter existido vida na Terra. Ou de ser um ser humano em meio de tantas espécies. E agora, depois de milhões de anos de vida nesse planeta, a vida acabar justo na minha geração. A resposta é simples: Não nos contaram a verdade. Mas sigamos, essa distopia fajuta, que mais parece um pesadelo.