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Mostrando postagens de abril, 2025

Delírio e realidade- Renê Paulauskas

Se um louco fala: "que se apaguem as luzes!" E coincidentemente acontece um blackout, não há nada que prove que não foi ele o responsável pelo apagão, a não ser a imensa maioria das pessoas levadas pela norma que diz: "isso é impossível". Não quero dizer que de fato o homem foi responsável pelo apagão, mas provoca-los demonstrando como a simplicidade em negar tal possibilidade também é frágil e não passa de opinião sem provas. Nos dois casos é uma questão de crença. No louco, a de seus poderes. Nas pessoas em volta, no materialismo puro e simples.  O que acontece com pessoas que entram em surto psicótico é um achatamento de sua realidade externa a ponto de tocar sua realidade interna. As alucinações podem ser entendidas por esse processo onde o delirante projeta coisas a partir de sua mente como se fossem reais. Por isso os antipsicóticos são tão importantes para pessoa voltar a enxergar o mundo como algo externo à ela. E assim ter seu universo interno protegido.  M...

Dia ruim- Renê Paulauskas

Tem dia que dá tudo errado, não tem como dar certo. Só depois de um bom banho, por uma roupa limpa para dormir e relaxar até a hora de ir pra cama. Fazer o que? Tem dia que é melhor nem sair. Melhor ficar em casa. Somente o necessário. Paciência. A vida tem desses dias. Tem dias que nem o texto sai bom.

Violência - Renê Paulauskas

Nada causa mais impacto do que a violência. Está nos telejornais, nos filmes e séries, e nos aflige nas relações com os parentes, as pessoas, próximas ou não, nas guerras, instituições totais etc. A violência faz parte da vida nesse planeta, isso é óbvio. Mas cultivala em pequenas caixinhas, como em filmes e séries pode ser um problema. Claro que há muito o que se elucidar sobre esse tema, e nesse ponto de vista devemos nos informar cada vez mais. Não é o que vejo nas telas, só uma maneira de assegurar a atenção do espectador da maneira mais direta, precária e burra.

Terceiro mundo - Renê Paulauskas

Viver nesse universo capitalista decadente do terceiro mundo não é tarefa fácil. Ter que optar entre o estresse de ser explorado numa empresa, ou o tédio da ociosidade até chegarem as contas pra pagar. No capitalismo precarizado em que as pessoas mal tem tempo para se informar no dia a dia. Onde uma quantidade enorme faz entregas e serviço de táxi por aplicativo. Outra parte é autônomo, vendendo desde comida à serviços de estética. E a maior parte trabalha por um salário mínimo seis vezes por semana, mal tendo tempo pra se cuidar. Fora os desempregados. Essa música caótica embala pais desesperados, filhos delegados à avós, e esses sem tempo para cuidar da própria qualidade no fim da vida. Enquanto os super ricos tem uma vida de férias permanentes e uma riqueza que pode sustentar seus luxos por centenas de gerações. É preciso taxar os super ricos e redistribuir esse capital acumulado por uma exploração capitalista desumana e voraz. Investir na educação, dês da básica até a universidade....

Trabalho- Renê Paulauskas

Se todas as empresas capitalistas se transformassem em cooperativas, seria um ótimo avanço para diminuição da desigualdade de renda. Mas ainda sim teria exploração do trabalho maçante e repetitivo. A substituição da mão de obra por robôs só pode ser aceita assegurando um salário aos antigos empregados afastados.  Um mundo de ócio também não é bom. O ideal seria uma rede de oferta e demanda de serviços suprindo todo tipo de necessidade humana.

Eureca!- Renê Paulauskas

Vou falar sobre quando uma pessoa sofre um trauma e desenvolve uma doença psiquiátrica como bipolaridade. Nesse ato do trauma psicológico acontece uma mudança em sua mente.  Falando em termos fora da psiquiatria e da psicologia, é como se o mundo interno da pessoa se fundice com seu universo externo. Coisas incríveis, como a pessoa adivinhar coisas como as horas, ou até eventos futuros, podem estar associados a essa fundição das duas realidades. É possível a pessoa diagnósticada receber uma super dose de antipsicóticos e após uma década ou mais, sair desse estado. Voltando ao normal a pessoa sente uma segurança e proteção que foi rompida pelo trauma e consequentemente desenvolvimento do quadro psiquiátrico. Evidentemente as pessoas que desenvolvem essa doença já tem uma predisposição genética.

Vivendo a vida (poema)- Renê Paulauskas

Agora minha mente alcança  O vôo raso das garças  O beijo em câmera lenta dos afoitos O passo cansado de um velho E estou vivo Com corpo e espírito renovados Pra mais meio século do inimaginável  Esse mundo  Agora sei Da força desse animal faminto Indo e buscando Só para sentir algo Já fui louco Hoje são Mas tudo vivido Tudo necessário  O maior aprendizado  Está no olhar da criança  Que trago ainda Nesse corpo de meia idade  Para os que morreram no caminho Despertem, como Lázaro  Hoje há muito o que viver E sigamos juntos São Paulo, 08 de abril de 2025.

A elite e seus empregados - Renê Paulauskas

O ser humano médio prefere se ocupar, mesmo sendo pra ser explorado, do que ter tempo livre que o faça pensar em coisas como sua vida, a sociedade, etc. É uma sociedade que delega ao outro seu funcionamento. Que mal tem tempo de se informar sobre seu próprio mundo presente. Que se oxigena nas poucas horas de folga, antes de voltar ao cotidiano maçante de trabalho. Uma sociedade de corpos inconscientes que fazem girar o mundo do trabalho que é dirigida por uma elite que despreza essa mesma gente.

Pensando e agindo - Renê Paulauskas

As coisas não dependem de nossos pensamentos para acontecer. O mundo continua da onde parou independente de nosso otimismo ou pessimismo. E isso quer dizer que o que pensamos ou deixamos de pensar só pode trazer benefícios ou prejuízos a nós mesmos. Que nada do que passa nas nossas cabeças é tão importante que ultrapasse nossa mente e corpo.  Mas as coisas que fazemos além do só pensar podem influenciar outras pessoas e assim mudar, mesmo que parcialmente, alguma coisa em algum lugar. Esse movimento de afetar as pessoas é nossa pequena contribuição para o mundo que queremos.

Colapso da sociedade ocidental - Renê Paulauskas

O surto de depressão e ansiedade na sociedade ocidental vai muito além dos problemas pessoais de seus indivíduos. Tem a ver com a decadência do sistema capitalista, com o início do fim dos recursos naturais fundamentais para nossa sobrevivência e os eventos extremos do aumento na temperatura do planeta. Se não fosse a atual China socialista, renovando o capitalismo contemporânea, estaríamos sem saída alguma. Este cenário apocalíptico somado aos problemas individuais de cada um somatiza em ansiedade e depressão, como outras doenças mentais. Apesar do péssimo diagnóstico não temos ainda soluções para reverter tal cenário. Essa incerteza com o futuro só piora as coisas ainda mais.

Mulher fria- Renê Paulauskas

Como uma mulher fria você dizia saber tudo o que eu queria. Pra não me preocupar com seu desejo, que tudo estava bem.  Logo depois encontrou outro homem, esse sim com desejo e foi mais uma vez tentar o amor. De ciclo em ciclo te vejo tentando e me pergunto se nesse engasgar das horas não te dá vontade de parar. E seguir outra vida mais fácil, como ter vários amigos, que não dependem da paixão para se olhar. Mas você é teimosa, e segue fazendo o que tantos como você. Acredita no amor enquanto o corpo está quente e foge quando esfria. Não te culpo. A vida é o que é. Só não sei se quero, como você, passar por algo tantas vezes, que se desfazem como um nó, deixando tanto desgosto onde já chamou de amor.