Joaninha desperta (prosa poética)- Renê Paulauskas
Há muito tempo vi um clarão e a confusão na mente fez se
desdobrar numa conspiração espírita, onde só eu como um Jesus encarnado poderia
salvar. Me vi em seguida fazendo milagres no pronto socorro psiquiátrico, realinhando-me
a esse mundo de ETs em pleno desamparo. E depois fui acostumando, acostumando,
até fingir-me de santo.
Depois de bastante tempo sossegou o facho. As estrelas que
não via direito, contei, dei lastro. Fiz meu caminho direito, delirando no
compasso.
Agora penduro no lustre as luzes que mesmo faço. Pra
iluminar a sala quando eu volto. Tenho descoberto outros mundos desse mundo que
me fazem esquecer que o mundo é tão pequeno como meus pés. A joaninha desperta
sabe voar como ninguém.
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