Tarde (crônica)- Renê Paulauskas
Tantos livros no mundo, a maioria deles ruim. O mesmo em relação a filmes e séries. Meu medo é que essa máxima se encaixe em relação as pessoas também, estaríamos todos perdidos.
Passo os dias nessa casa junto a minha mãe. Os dias que saio são refrescos dessa rotina monótona. Me entretenho escrevendo e compondo, sempre que bate a inspiração.
Há seis anos não namoro e nem sinto falta. Sempre prezei mais as amizades do que as namoradas, que ao contrário dos amigos, sempre foram embora.
A família é nosso alicerce obrigatório. Tem um peso diferente, mais pesado e consistente. Esse ar carregado, de relações que dão suporte à nossa vida, tantas vezes frágil e combativa.
Os filhos, diferente dos pais, são o deleite nos dias bons e a maior preocupação nos ruins. Pelo menos eu em relação com minha filha tem sido assim. Mas sortudo que somos, tem sido de maioria beneficos.
O leve cansaço da minha idade, traz preguiça e conformidade nos dias dentro de casa. Quando saio é para coisas específicas ou especiais. Ontem quebrou a torneira; específica. Outro dia fui visitar um coletivo de arte daqui do bairro; especial.
Me pergunto: "como a maioria aguenta sair toda manhã e voltar à noite depois de trabalhar o dia inteiro num emprego que não gosta?" Parece absurdo, não? E sabemos que é essa a realidade da maioria dos trabalhadores.
Só tive um emprego na vida. Fui assistente de um cartunista que era fã. De lá virei caricaturista. Fiz caricaturas na rua e em refinados eventos. Até reduzir as demandas. E hoje quase não trabalho. Vivo do dinheiro da família, que é pouco.
Aos vinte e quatro anos tive um surto bipolar. Continuei vivendo normalmente até os dias de hoje. Às vezes tenho um probleminha aqui outro ali com a doença. Nada que seja de outro mundo.
Por hoje vou me despedindo. Que a mão esquerda começou a formigar. Vou tomar um café gelado nesses dias quentes de outono. Sei que não parece normal, e o que é?
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