Somos cegos- Renê Paulauskas

Somos cegos diante da brancura da luz que ofusca nosso cérebro e irrepreensivelmente está fadado a fracassar, pois é frágil e inócuo como uma parcela de um instrumento maior, algo que nunca será tangível ou absorvível por nosso organismo sensorial de percepção. Assim vivemos de sombras, falsos dilemas, percepções equívocas como fantoches onde não podemos culpar a ninguém a não ser a outros como nós mesmos. Estamos inseridos numa cadeia de múltiplas camadas. A primeira, fisiológica, natural através de nossa fecundação e desenvolvimento até indivíduos, onde a partir de certo estágio passamos a sentir através de nosso cérebro e sua fisiologia dotada de reações bioquímicas e reações ao meio ambiente. A segunda camada se inicia com percepções e modos de pensar que demonstram um mundo onde somos induzidos por pensamentos e ações numa cadeia em que prejudicamos uns aos outros sem perceber.
Esta cadeia não é perceptível a todos e quando acessada pode provocar trauma em alguns por seu conteúdo altamente negativo. Está visão altamente negativa não pode ser fruto de um simples delírio como pode supor alguém materialista ou descrente. Mas a prova que é uma visão corrente em pessoas que foram acometidas por ela e que nunca mais conseguiram tirá-las de seu pensamento, fosse através de trauma ou fixação, é uma realidade.
Dizer que essas pessoas são esquizofrênicos, bipolares ou simplesmente loucos, só serve para descreditar o tema, seja através de preconceitos ou por uma visão rasa. Acredito que pessoas sujeitas a delírios, ou com muita sensibilidade, conseguem acessar, ou chegar a essas conclusões por terem de fato uma via de acesso que as demonstrem tais conclusões por não ficarem presas aos sentidos mais puros e a razão.   

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