Fama e poder- Renê Paulauskas
A fama e o poder isolam pessoas em pedestais tão frios, que
em muitos casos a única maneira de sair deles é pelo suicídio. Foi assim com Janis Joplim, Jimi Hendrix, Emy
Winehouse e tantos outros que o fizeram e outros que continuarão a fazer. Porque
esse isolamento criado pela aura do sucesso do artista é algo nada natural que
tem implicações nas vidas dos isolados num profundo sentimento de vazio
existencial. São pessoas que deixam de ter uma vida para ter o compromisso de
vender e vender cada vez mais junto às industrias culturais de massa com um
único propósito capitalista de ter cada vez mais lucro.
As pessoas são levadas a essas engrenagens do sistema
capitalista de massa sem terem noção de onde estão pisando, levadas somente
pelos seus sonhos de artista de fazer muito sucesso. Quando entram nessa caixa,
já não há o que fazer, se está preso. A pessoa deixa de ter uma vida para
simplesmente lucrar para seus empresários. Quase um escravo do mais alto nível
do capitalismo.
Mesmo assim, para a maioria, estar no topo é um sonho a ser alcançado.
Existe todo um marketing que favorece essa ilusão. Casos como da Emy Winehouse,
que demonstrava publicamente seu estado de desilusão com o próprio sucesso são
raros. Acredito que aquilo, suas apresentações alcoolizadas e sem preocupação
com a performance no palco, não deixam de ser um protesto à esse sistema
antinatural ao qual o artista é aprisionado fora da vida real.
O suicídio, nestes casos, é uma fuga, uma alforria a essa
escravidão à qual os artistas foram submetidos. Isso demonstra como é difícil fugir
pela saída que para nós seria a mais óbvia, a vida real. Alguns conseguem
fugir, se isolando em países onde não são, ou pouco são conhecidos. Deixando carreiras
bilionárias para trás. Tentando refazer a vida que perderam no contrato com as
indústrias no passado. Outros não tem essa sorte.
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