Do alto- Renê Paulauskas
O burguês joga pedras do alto de seu prédio no telhado da casa pobre do seu vizinho sem se preocupar com nada. O rico tudo tem, direitos, polícia, liberdade. O pobre nada tem, a não ser a fé. Se segura nessa corda bamba com rezas, pedidos, prometendo graças, confiante da vida, sorrindo pra ela. Até que um tiro certeiro te atravessa. E toda molhada no chão desfalece. O tiro certeiro do guarda. Tão certeiro como o lixo do burguês jogado de sua janela. Morre seco, sem direitos, sem liberdade. Vive o porco burguês de sua janela. Removem o corpo, está tudo limpo mais uma vez. Joga o lixo mais uma vez.
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