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Matriz (poema)- Renê Paulauskas
Os gênios Os medíocres Os vassalos Os revoltosos Todos eles bons Todos eles ruins Quisera o mundo Não fosse a matriz De todas as almas Encarnadas Quisesse um dia só De puro brilho de liberdade Não seria o jegue levando no lombo Não seria o negro falado e mal visto Seria um mundo novo Mas é mesmo falso este mundo O que nos impõe É tamanho De crueldade E vileza Tamanha a natureza De tal desplante Rompendo a pureza Olhos da carne Gritando por nós Mas o bicho homem Sem nenhuma voz.
Anjos tortos- Renê Paulauskas
O mundo não acordou com meu grito. Só fiquei mais rouco e impotente. Meus versos tronchos não foram abençoados. Meu alaúde foi quebrado. E segui um anjo torto. Sem lugar, um tanto castigado. Na berlinda, no meio de tantos outros anjos desgraçados. Putas velhas, moradores de rua, artistas sem grana, marginais de toda parte. Nossa música não é ouvida. Sim, confundida com o barulho da avenida, dos carros, buzinas, transeuntes de toda parte. Da onde pisam apressados os bem afortunados e dalí saem cansados. Esquecidos, ignorados ou maltratados, já não cantamos, só vivemos sem sermos escutados.
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