Produto - Renê Paulauskas

 Economicamente falando o trabalho pago precisa atender ou beneficiar a um certo número de pessoas. O lucro obtido pode ser dividido de forma igualitária por uma cooperativa ou beneficiar os donos de uma empresa particular em detrimento dos salários dos seus funcionários. Quanto maior o alcance do produto, maior o lucro, desde que o produto gere lucro. Caso não gere lucro, pode ser entendido como um trabalho para atender ou beneficiar a sociedade, meio ambiente ou até a cultura, mas que precisa de um financiamento. Esse financiamento pode ser particular, vir do Estado, do comércio etc. Quando o produto abrange uma quantidade de pessoas tão grande quanto as pessoas de um Estado ou um país, esse produto, junto a sua empresa passa a ter um impacto sobre a sociedade às vezes maior que o próprio Estado em tais produtos. É nesse estágio que às vezes o produto deixa de, simplesmente, atender ou beneficiar a sociedade, e passa a ter uma política de controle e domínio através do marketing, da mídia, e das tecnologias. A Meta, ligada ao Facebook e Instagram faz exatamente isso, só para dar um exemplo, a Google é outro. Essas empresas são tão fortes que mesmo Estados fortes de países ricos não dão conta de interferir em sua política.

Essa cadeia entre população, produto e capital, funciona mesmo antes do capitalismo. Remonta desde que existem produtos com tal alcance ou prestígio. As especiarias são um exemplo, desde que começamos a usar canela, cravo, pimenta, não deixamos de ter sempre a mão. Obras de arte, outro exemplo.

No caso da arte, se encaixa perfeitamente sobre o impacto do número de pessoas que ela consegue atingir, assim expandindo seu valor. Muito próximo à lógica de jogadores de futebol, quanto maior o time, mais ingressos, mais popularidade, mais dinheiro.

No meio de tantas técnicas de marketing, campanhas através da mídia, controles de tecnologia via I.A., nada como se deixar levar pelo inconfundível odor de uma canela, apreciando um bom vinho.

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