Caixas- Renê Paulauskas

 Num planeta uma coisa chamada vida se desenvolveu por um sistema de reprodução e alimentação onde uns comiam os outros. Bilhões de anos após essa cadeia ter iniciado, uma forma de vida se destacou.

Viviam agrupados aos milhões em pequenas caixas donde saiam para serem agrupados em tarefas ditas por outros em troca de crédito para comida, roupas e pagar os recursos das caixas de moradia.

Esses seres tinham criações de outros seres só para se alimentarem. Assim como criavam uma enorme quantidade de produtos para gastarem com seus créditos.

Quase não saiam de suas caixas fora dos dias em que faziam tarefas para os de caixas maiores, que também faziam tarefas para outros que viviam em caixas ainda maiores e que viviam de caixas gigantescas de onde vinham e eram fabricados os créditos.

Se agrupavam em pequenos bandos de parentes consaguineos ou de pares em casal ou até mesmo sozinhos.

As relações afetivo- sexuais desses seres tem início pelos símbolos sonoros desenvolvidos por um filamento tatil-degustativo com o qual se inicia uma conversa. Os casais interessados sexualmente trocam carícias por essas extremidades podendo gerar a próxima etapa: o acasalamento em si.

Esses seres esquisitos se reproduziram aumentando sua população em áreas de outras espécies e natureza criando caixas em tudo quanto é canto. 

Uma hora já estava todo o planeta ocupado. Não restando muito o que expandir. E o planeta começou a sofrer com os impactos sobre a natureza.

Então pensaram o que poderiam fazer. 

Os de caixas maiores se enfiaram em foguetes em busca de novos planetas afim de construir mais caixas espaço afora. Os de caixas menores ficaram no planeta destruído com inveja daqueles que foram expandir sua espécie fora do planeta pensando: "se eu tivesse uma caixa maior...".

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