Quântico menos um- Renê Paulauskas
Acreditar que se vive sozinho num mundo de bilhões de seres humanos
convivendo junto é tão absurdo como se acreditar que tudo é ilusão. Mais que
isso, é quanticamente absurdo, pois, acreditar que se vive sozinho num mundo de
bilhões de seres humanos é automaticamente dar a possibilidade desse absurdo à
outra pessoa negando sua própria existência e a de todos os outros menos um.
Essa impossibilidade quântica faz com que acreditemos piamente que existimos, enquanto
bilhões de pessoas, mesmo que nossos contatos passem no máximo de poucas mil e
nosso contato mais próximo atinja no máximo poucas centenas e nossas relações
mais íntimas, no máximo dezenas, mas ainda esbarramos na impossibilidade quântica
de não podermos acreditar que tudo é ilusão por uma regra matemática básica,
que este mundo está ordenado para realmente acreditarmos nele, de um modo tão
organizadamente perfeito que só sendo louco para acreditar que ele não exista
de fato.
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