Fugiu- Renê Paulauskas

 A poesia fugiu

Calou as bocas das pessoas 

Mal o sol nascia já era noite

A lua subia já era dia

Algo nascia e morria

Velho se era desde novo

Novo também mesmo velho 

Mas sem memória 

Assim nem velho nem novo

Tudo se era sem nada ser

A flor abria e já fechava

A lua nova, a lua velha

Nada se escrevia

Pois nada importava

Nem rimava 

O rio tudo levava

O vento que dispersava

O nada tudo esbarrava 

E nesse silêncio 

Morri a vida.



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