Ele pensava: Era gelado ou muito quente. Era dormente mas sem dormir direito. Era a fome constante e os restos na lixeira. Eram dores e confusão mental. Era ser invisível. Era ser odiado. Era o inverso da vida que tenho hoje. "Hoje sou reciclador de lixo remunerado. Tenho meu barraco. Tenho minhas coisinhas. Gosto do meu trabalho. É trabalho duro, mas como dizem lá no curso, tô ajudando a melhorar o mundo. Mulher e filhos não tenho. Sonho ainda em ter uma família. Não como aquela, de pai batendo na gente. Gente tem que ser respeitada, isso não se faz. Também não sou santo. Mexeu com meu cachorro viro bicho! Também tem que ter respeito com os animais. Aqui no morro tô até plantando uma hortinha. Vou trazendo da rua e planto tudo nesses vasos de plástico. Tá ficando bonito, não? Outro dia sonhei com minha mãe, faz mais de vinte anos que não a vejo. Desde que saí do interior até chegar aqui. Cidade grande, no começo era tudo novidade. Mas não tive onde ficar, logo fui me sujeitando.
Os dois largaram seus avatares de lado depois de quase um ano de interações via meta-verso e foram se conhecer pessoalmente. Tiveram um susto inicialmente, mas logo se reconheceram pelos mesmos gostos e vontades explícitos em conversas e jogos pela rede. Começaram a beber naquela tarde de domingo, deram uns tragos num cigarro de maconha, a conversa deslanchou como um rio que se inicia raso e termina caudaloso já lá pelas tantas. Ele levantou para se despedir, ela disse: "Fica!" L he roubando um beijo. Foram subindo as escadas em meio a beijos e apertos até chegarem num quarto pequeno. Tiraram suas roupas num alvoroço e pela primeira vez viram seus corpos nus. Ele, antes um avatar alto e musculoso, um corpo magro e delicado. Ela, grande e robusta, já não precisava ser linda e magra, segurando o corpo dele com vontade, sentindo sua epiderme que arrepiava. O rapaz, virgem, pelo menos de relações reais, ofegante e animado, até ela perder o controle e arranhar suas costas,
Então seria assim: Nosso universo uma consequência de um buraco negro em um outro universo. Toda energia do Big Bang seria a entrada de tudo por esse princípio. Estamos dentro de um buraco negro. Só há saídas por outros buracos negros, onde, certamente seríamos tragados antes de ver o outro lado. Não somos os primeiros, muito menos os últimos. Estamos na estrutura do multi verso. Universos maiores, universos menores. Entradas e saídas por todos os lados. Estamos num favo de uma colmeia maior. Esse pensamento deve ser uma das contribuições do século XXI. Primeiro o homem se separou da natureza e criou Deus à sua imagem e semelhança. Se imaginava o centro de tudo, chegando a imaginar o sol girando em torno da Terra. Galileu e outros físicos chegaram a ser mortos defendendo que a Terra é que girava em volta do sol. Descartes ajudou a fundar a ciência quando duvidou de tudo, só podendo confiar que seria ele, alguma coisa que pensa. Tirando dessa base seu posterior método científico. Mas o
Que Lindo amigo querido!
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