Flores- Renê Paulauskas

 Percebi que aquele tipo de gente não tinha nada a ver comigo. A ninfomaníaca que reparava mais no tipo de cueca do que na relação, a colega que se recusava a entrar na minha casa por medo da goteira na entrada, e mais do mesmo. Vi que fui amado, por outras dezenas de vezes, que nem sempre soube aproveitar. Que hoje tenho mais preguiça do que antes, menos anseio, mas que ainda estou vivo. Que as amizades são mais importantes, pelo menos pra mim. Que não suporto ser cobrado, mesmo que tenham razão. Que já fui indelicado muitas vezes, mas sempre preso pela delicadeza. Ainda vejo flores onde quase ninguém vê, isso me distrai.

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