Cegos- Renê Paulauskas

Apaguem todas as luzes. Ceguem os olhos dos surdos. A venda velha, carcomida, cheirando mal. Os ratos novos na vagina. Os fios elétricos no anus. Batam palmas! Risos histéricos. Soldados rasos. A vítima é uma estudante, um artista, uma intelectual? Não! É você. Você que se expressou aquele dia. Aquele dia em que todos deveriam estar calados. Mas por que esses pássaros não param de cantar? Não seguem leis? Sem hierarquia, sem respeito. Como é difícil controla-los. Pois mesmo cegos, cantam ainda mais.

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