Sempre segui a mim mesmo- Renê Paulauskas
Sempre segui a mim mesmo, mesmo errando e corrigindo minhas
pegadas. Mas hoje me sinto cansado, querendo seguir a alguém que tenha nos pés
o caminho percorrido mesmo antes da largada, por mais que saiba que isso é
impossível.
A vida não está fácil. Uma nuvem negra ronda nossas cabeças
todos os dias e noites antes de dormir. A vida selvagem se confunde e mescla na
civilização da barbárie. O medo é exalado pelos poros, ninguém está imune.
Agora sei como se sentiam os judeus e entendo também sua impotência
diante de toda uma estrutura social mais o Estado contra ele. Agora podemos ser
nós: os progressistas, artistas, sociólogos, intelectuais, enfim.
Precisamos juntar forças. Fora da resistência agora é quase
impossível sobreviver. Mas precisamos de mais, de vida! Fazer ecoar do chão
nossas raízes. Fazer nascerem brotos de todos os tipos e sabores.
Não sei se antecipo aqui uma era das mais difíceis que minha
geração há de viver, mas assim desabafo aqui e agora na missão de somar forças
para os próximos segundos enquanto respiramos ares variados de quem acabou de
chegar ou daqueles ainda mais ansiosos.
Que seja uma guerra justa. Que temos certeza de que mais uma
vez nos encontramos do lado do humanismo e que façamos tudo para dar certo mais
uma vez a civilização.
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