OBRA-VINICIUS TETTI SILLA

Caminhava numa noite escura. O luar era tão claro que parecia que o sol iria raiar àquela hora. Crianças brincavam nos quintais com a pureza de uma cachoeira.
O seres, uns loucos outros sãos desfilavam pelas ruas do mundo; mundo cujo esse não devia ter fronteiras; numa serra distante:  tocava uma viola um caboclo. E aquele momento era atemporal.
Uma mulher tem muitas astúcias e era bronzeada que até parecia ouro. Vestida com um vestido salmão, fazia os anjos cantarem. Borboletas voavam se esquivando de colecionadores. E os sinos badalavam por um pobre homem. As moscas rodeavam o lixo atraídas pelo cheiro. Como num samba de uma nobreza singela: homens faziam versos e tocavam seus instrumentos iluminando a cidade que embora fosse muito grande ressoavam os sons.
Num cemitério num bairro qualquer jazia um homem que deixou uma grande obra; onde devia estar agora: era o grande mistério.
Deus fitava os mortais com um ar generoso e ria das trapalhada dos seres como um humorista. A vida é uma só, mas há muitos que acreditavam em encarnações passadas.
Àquela hora subiam ladeiras pessoas que tinham que carregar suas cruzes. Mas um xamã reconectava essas contatando os deuses fazendo uma ponte entre esse mundo e o espiritual.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Homem do Lixo (conto) - Renê Paulauskas

Quase avatares (conto) - Renê Paulauskas

Buraco Negro- Renê Paulauskas