Prisão- Renê Paulauskas
A super estrela de Hollywood está presa em sua mansão. Não
pode sair nas ruas como um anônimo ou ter uma vida normal. Se quer, tem uma,
não confia em ninguém, é um escravo da própria imagem criada. A solidão, sua
maior companheira, está minando sua energia, não há vitaminas ou tratamentos
que o segurem pela eternidade. Mas para nós, ela sempre será o motivo de nossos
desejos, nossos anseios de chegar lá.
Somos escravos desse mundo. Suas leis, suas regras, não há
um ser humano que não as sinta às vezes contrario à suas imposições. Mas vai
além, somos subservientes ao sistema, todos, sem exceção, ao poder e ao
dinheiro. E mais intimamente, somos escravos dos nossos desejos, nossos
pensamentos. Isso alimenta o sistema de maneira inimaginável. É uma grande bola
de neve, que passa por cima de nós nos levando junto.
O sistema é algo tão difícil de controlar como nossos
impulsos, desejos e pensamentos, só que elevado à potência de bilhões de
pessoas. Somos um amontoado de inconsciente coletivo exteriorizando, despejando,
moldando a realidade. Segundo a segundo, dia a dia, a vida inteira. Essa é
nossa prisão.
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