Fim- Renê Paulauskas
Sempre que acontecia alguma merda na vida dele ele pensava
“e agora?”. Podia ser o fim de um emprego, um relacionamento, uma amizade. Era
sempre o fim de algo que lhe dava sustento em algum sentido. E a pergunta “O
que por no lugar?”. Acontece que as coisas não funcionavam dessa maneira, antes
fossem assim! Pra coisas novas dependia tempo, entrosamento, história. E ficar
esperando é o que menos queria nessas horas. Era como uma prisão, uma punição.
Normalmente suas rupturas eram agressivas, ou continham
agressões. Mais de uma vez terminou machucado, alguma parte do corpo quebrada.
Isso na melhor das hipóteses, quando não tinha remorsos de ter machucado alguém
que já fora querido em sua vida. Na maioria das vezes apanhava mesmo.
Nos últimos tempos estava cada vez mais tolerante e
equilibrado. Mesmo assim não tinha sangue de barata. Foi encarar um capoeirista
dez anos mais jovem. Errou o primeiro soco e levou cinco golpes na cabeça.
Resultado: fim de uma amizade de sete anos.
Quando os relacionamentos chegavam nesse ponto, não havia
mais como voltar atrás. Era como um limite que se passa e não tem mais o que
fazer.
Perdido no tempo, procurando ocupar sua mente, ele pensava:
“E agora, o que há pra se fazer?”.
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