Artista- Renê Paulauskas

 O grande erro sempre é tentar mostrar um cubo para quem enxerga em duas dimensões. Eu gosto de compor letras com melodia, normalmente só acompanhadas de uma batida para dar o ritmo. As gravo como registro apenas, mas consigo imaginar em outras vozes, com instrumentos, assim e assado. A maioria das pessoas, tirando os músicos, não consegue. Do mesmo modo já mostrei a peça que escrevi em 2015, sobre loucura, e, tirando os loucos, pouca gente entendeu. Teve até gente que disse que não lia peças, apenas ia ao teatro. Com relação aos meus desenhos, fico mais tranquilo, é onde me sinto mais seguro, inclusive para mandar naquele lugar quando fazem alguma crítica.

Fico pensando o mal que o grande zoologo e compositor paulistano Paulo Vanzolini passou ao tentar mostrar suas músicas cantando e tocando mal. Fico pensando ainda como seria ruim, para todos nós, caso não insistisse às tornando conhecidas. 

Outro lado perverso é a auto crítica. Só de pensar que o celebre Kafka, pediu a um amigo para queimar toda sua obra depois que morresse. Ainda bem que seu amigo não cumpriu com o combinado e hoje todos podemos desfrutar do universo genial de seus livros.

Agora lembrei de Van Gogh. Se não fosse o seu irmão Téo vender e divulgar suas obras. Caso ficassem escondidas no quarto do artista, não teríamos o gênio dos girassóis.

E por último, penso em quantos artistas geniais não alcançaram o sucesso em vida, como Egon Schiele, que foi assistente de Gustave Klimt, fez um relativo sucesso ainda jovem, mas morreu na miséria, só sendo reconhecido como pintor genial muito tempo depois de sua morte.

Ser artista é tão comum como ter qualquer outra profissão, difícil é ser conhecido, reconhecido, nem se fala.

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