A ANSIEDADE-RENÊ PAULAUSKAS
Aquela ansiedade estava desequilibrando sua rotina. Como uma
força de vontade própria, não tinha mais paz em sua casa. Não parava de comer.
TV, computador, violão. Queria um trabalho. Dinheiro não tinha, pensar em
mulheres estava fora de cogitação. Queria uma distração, mas o que fazer?
As opções sempre se resumiam a arte. Mas que arte sobrevive
sem uma vida por trás da arte? Precisava de vida e pra isso de dinheiro. Sem
dinheiro, não saia e resumia sua ansiedade em ficar ansioso dentro de casa.
Dinheiro para o transporte até que tinha. Poderia se
deslocar até uma exposição. Parou, pensou. Mas pegar dois ônibus, ter o risco
de pegar o rush, nem pensar. Estava com preguiça. Preguiça e tédio de ficar em
casa. Ligou para um amigo para ver se pagaria uma cerveja, nada.
Foi então que lembrou que tinha meio litro de cachaça. Não
teve duvida. Ligou para seu amigo convidando para tomar uma batida antes do
show de graça que teria mais tarde do lado de sua casa.
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu feedback, analíse, crítica ou sugestão?:Obrigado