Louco?- Renê Paulauskas


Chamar alguém de louco é o mesmo que ignorar seu discurso o estigmatizando de doente mental. É um artifício político usado de modo alienado por falta de informação, ou, em último caso, por razões fascistas. Quando na verdade o que acontece entre uma pessoa em estado alterado de consciência, seja por uso de psicotrópicos, ou não, e uma outra, em estado normal, é uma diferença em relação à dinâmica e velocidade das sinapses cerebrais. Cada dinâmica e velocidade definem um estado mental x, e sua alteração um estado y. Só sendo possível uma mediação entre estados mentais x e y quando os estados ocorrem na mesma pessoa, sendo mediado pela memória. Esse processo dialético entre os estados alterados e, através da memória, sua reflexão em estado normal gera uma síntese, que é a consciência além dos limites da razão. Essa consciência é revolucionária e só pode ser alcançada por quem tem ou teve experiências de alteração de consciência. Por isso, na maioria das vezes, essas pessoas são chamadas de loucas, ou doentes mentais por psicólogos, psiquiatras ou simples ignorantes.

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