Dia mundial da raça humana- Renê Paulauskas
Caem bombas, reforçam marchas. Um grito de ódio, um grito de
paz. Negros, brancos e asiáticos. Grupos de uma só cor. Grupos multicoloridos. Brigas,
confusão, discórdia.
É dia 16 de março de 2036, domingo, dia mundial da raça
humana. Protestos racistas explodem por todos continentes após 64 anos da
descoberta genética de que não há diferenças no DNA entre grupos de negros,
brancos e asiáticos que os permitam classificar-se como raças.
Governos Neo Liberais cortam cotas para grupos negros que se
organizam em protestos como raça negra no mundo todo. Apoiadores do movimento
como intelectuais discutem a mudança do termo raça para grupo negro.
Uma enorme corrente, intitulada: Raça humana, ganha apoio da
mídia internacional e apoio dos artistas. Peças são encenadas, exposições,
filmes, músicas. A Disney faz uma das suas maiores bilheterias com o filme: “Um”,
onde mostra todos os grupos dos cinco continentes se unindo para um bem comum,
a melhoria do planeta. O filme teve apoio da Coca-Cola.
Apesar dessa febre, que é explorada comercialmente ao
extremo, rendendo bilhões de dólares para as grandes fortunas, os negros ainda
são tratados como raça inferior. Agora sem o apoio das cotas, há um grande
retrocesso nas políticas de equidade, como nas políticas sociais.
Numa lanchonete, após uma sessão de cinema do filme “Um” uma
criança branca de classe média toma refrigerante num copo com o logo do filme observando
um menino de rua negro da mesma idade. O menino negro se aproxima perguntando
se pode tomar um gole. O menino branco estica a mão lhe oferecendo o copo. Seus
pais se assustam pegando seu filho no colo. Depois, refletem e dão o resto do
refrigerante ao negro e compram um copo novo para seu filho.
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