Vapores- Renê Paulauskas

Quando brotaram os primeiros vapores, deixando o ar morno e úmido, tudo era mágico e novidade. Mas fora só segundos, que fizeram parar o tempo. Em seguida o tempo agiu rápido junto à aridez do mundo. Racionalizei e me afastei daquele instante como algo reprovável.
Depois fui entender que o que me conduzira naquele dia fora um gesto. Um gesto limpo que me dava base de sustentação para outras coisas. Ou teria interpretado assim. Mas declinei.
Esperaria outros gestos em outras pessoas que estivessem mais ao meu alcance, ou em circunstâncias mais afáveis. Mas ainda sim sabia que o gesto poderia me tocar, fosse ele por quaisquer gênero ou orientação fosse ele feito.

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