Breve- Renê Paulauskas

No fim da minha juventude, com 29anos, tive um caso com uma escritora casada com um professor de literatura. Dessa aproximação, tanto dela, como de seu marido, nasceu uma amizade entre artistas que tinham em comum o prazer de desenhar, esculpir e escrever. Meus primeiros incentivos à escrita devo a esse casal.
Um grande amigo da época, também escritor, a conheceu, e se apaixonou.
Esse período terminou com o fim das quatro relações envolvidas  e marcou nossas vidas com profundos ressentimentos.
Olho para trás, vejo quantas coisas boas vivemos naquela época. Quão destemidos éramos, jovens e ignorantes. Mesmo assim, sabíamos amar.
Nunca mais nos vimos, pelo menos, não com a mesma franqueza. Só para você ter uma ideia, demorou mais de dez anos para escrever esse breve texto.
Gostaria de vê-los denovo, mas não como seria, depois da distância de mais de dez anos. Como se fosse possível voltar no tempo, mas sem ser tão ignorante. Por esse motivo, esse evento marca a passagem do fim da minha juventude e início da vida adulta, onde o que fazemos tem consequências.
Um período marcado pelo constante uso da razão e moral renunciando a desejos espontâneos em nome de um bem maior. Me tornando mais solitário, mas em paz comigo mesmo.

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