A morte (poema)- Renê Paulauskas

A morte choca

Pois fica ali um buraco

E a mente demora 

A entender que não há mais vida

Naquele corpo


Tudo tão frágil 

Nossa vida

Mas logo desaparece

E voltamos pro automático 


Sempre indo

Distraídos

Como se fossemos eternos

Até cair


Levantar devagar 

E viver em dois mundos

Onde tudo flui 

E onde não há vida


Consciente de tudo

Descansa seu corpo

Até a próxima saída 

Onde espera

Não achar um gato morto

Embaixo de seu automóvel 

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